Folha de S.Paulo
Jornalista: Indefinido

18/10/20 - Depressão, ansiedade, transtorno de estresse pós-traumático, dependência química, anorexia. Distúrbios da mente que atormentam milhões de pessoas pelo mundo e que, tudo indica, atingem mais gente desde o início da pandemia do novo coronavírus.

A esperança para aqueles cujos transtornos resistem a remédios e terapias convencionais pode vir de substâncias inusitadas: os psicodélicos. Cada vez mais estudos indicam que esses compostos podem, junto com a psicoterapia, melhorar a vida desses pacientes.

Os leitores da Folha poderão acompanhar as principais pesquisas e iniciativas empresariais nessa área no blog Virada Psicodélica, que estreia nesta segunda-feira (19) e será mantido pelo jornalista Marcelo Leite.

"Eu sou um senhor de 63 anos, avô, ninguém mais insuspeito de ser propagandista de drogas. Por outro lado, eu fui adolescente na época da contracultura, mergulhado em uma atmosfera de uso de drogas, então não tenho preconceito em relação aos psicodélicos", diz ele. "Por isso foi relativamente fácil me deixar convencer do potencial que a ciência está mostrando, em especial para o tratamento de transtornos mentais."

"Os psicodélicos em geral funcionam como um facilitador da psicoterapia. Eles têm aparentemente essa capacidade de romper com a fixidez de certos padrões de comportamento, de pensamento, em que a pessoa fica presa", explica ele, embora existam indícios de que certas substâncias funcionem melhor para determinados transtornos, como a ibogaína para dependência química.

Além da ibogaína, as substâncias mais estudadas são MDMA (ecstasy), quetamina, psilocibina, ayahuasca e LSD, a maioria delas ilícitas. O jornalista diz que o mecanismo pelo qual essas drogas atuam no cérebro ainda está sendo pesquisado, mas que os resultados de estudos clínicos até agora são bons, atraindo até mesmo investidores.

No blog os leitores também poderão conhecer mais sobre a pesquisa brasileira em psicodélicos. O Brasil tem tradição em pesquisa nessa área, diz Leite, principalmente devido às pioneiras pesquisas de Elisaldo Carlini com maconha medicinal na Unifesp. Há também muitas pesquisas com ayahuasca —como a substância é legal para uso religioso no país, tornou-se menos complicado fazer experimentos com ela. O jornalista destaca o trabalho de grupos de pesquisa na Universidade de São Paulo em Ribeirão Preto, na Unifesp, na Unicamp e no Instituto do Cérebro na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Com a estreia do blog, a coluna de Marcelo Leite passa a ser publicada a cada duas semanas no site da Folha e não mais semanalmente.

Enviar-me um e-mail quando as pessoas deixarem os seus comentários –

DikaJob de

Para adicionar comentários, você deve ser membro de DikaJob.

Join DikaJob

Faça seu post no DikaJob