Recursos ajudam a acelerar busca de tratamentos

juros-pixabay.jpg?profile=RESIZE_710x

Valor Econômico 
Jornalista: Celia Rosemblum

06/07/20 - O suporte a entidades de pesquisa e tecnologia na área de saúde tem uma fatia de R$ 50 milhões reservada nos R$ 400 milhões do programa Fazer o Bem Faz Bem, lançado em maio pela JBS para ações de combate à covid-19. Até a semana passada, R$ 30 milhões já haviam sido investidos em 35 projetos, distribuídos por 18 Estados - 40% do valor foi direcionado a estudos de abrangência nacional, informa Joanita Maestri Karoleski, coordenadora da iniciativa.

Siga o DikaJob: 

Youtube - Instagram - LinkedIn - Telegram - FaceBook

Nas três frentes estabelecidas pelo programa - saúde pública, ação social e apoio à ciência - um dos objetivos era “procurar oportunidades para deixar um legado no Brasil”, diz Joanita. Para isso, a presença em todas as regiões do país é estratégica.

Com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), cujas indicações respondem por 75% do total investido até agora, um comitê científico é responsável pela qualificação e seleção de projetos, que também têm seu desenvolvimento acompanhado. O grupo reúne José Medina Pestana, professor titular da Escola Paulista de Medicina e diretor do Hospital do Rim; Pedro Hallal, reitor da Universidade Federal de Pelotas e Sidney Klajner, presidente do Hospital Albert Einstein.

A gama de projetos apoiados é diversificada: um deles é relacionado a modelos matemático-computacionais aplicados a epidemiologia, outro investiga o uso de inteligência artificial na triagem para a volta ao trabalho. Para Medina, chama atenção o estudo do desenvolvimento da doença na população indígena da fronteira do Amazonas, uma região que tem poucos recursos para ciência e assistência. “Acomoda as duas coisas numa região bastante carente nos dois aspectos.” E abre a possibilidade do desenvolvimento local de ciência no futuro.

Tratamentos e diagnósticos são os principais focos de atenção das empresas doadoras de recursos para pesquisa. O Instituto Votorantim está financiando um estudo da BP - Beneficência Portuguesa de São Paulo sobre a eficácia da tocilizumabe no combate à covid-19. A pesquisa reúne 150 pacientes de 12 hospitais e avalia como a droga, que bloqueia atividades inflamatórias, pode diminuir as lesões em diferentes órgãos causadas pelo novo coronavírus. Os resultados devem estar prontos em agosto. O investimento, de R$ 230 mil, faz parte de um conjunto de ações do instituto que totalizam R$ 150 milhões para diferentes iniciativas, que incluem doações de equipamentos de proteção individual e criação de leitos de UTI.

O Solidarity, ensaio clínico para identificar tratamentos eficazes para o novo coronavírus lançado pela Organização Mundial da Saúde e que a Fiocruz está coordenando no Brasil, foi um dos projetos escolhidos para receber recursos da BRF. No pacote de R$ 50 milhões para doações que anunciou em abril, a companhia de alimentos reservou R$ 3,5 milhões para fundos de pesquisas. O Hospital das Clínicas de São Paulo também recebeu verbas.

Além das duas doações já realizadas, totalizando R$ 2 milhões, outras três instituições estão sendo avaliadas para receber o aporte, diz Alessandro Bonorino, VP global de recursos humanos da BRF. As parcerias são coordenadas pelo BrfHub, braço de inovação aberta da empresa, que mapeou mais de 80 iniciativas e desenvolveu uma metodologia para priorização de temas e instituições baseada em procurar soluções em tratamento e imunização.

As contribuições não se limitam a dinheiro. O projeto de inteligência artificial realizado pelo Instituto de Radiologia (InRad) e desenvolvido pelo InovaHC, chamado RadVid-19 é resultado de uma conjunção de esforços. Viabilizado pelo Todos pela Saúde, com apoio do Itaú Unibanco, que fez uma doação de R$ 250 mil, conta também com parcerias com a Siemens, GE Healthcare - Divisão de Enterprise Digital Solutions (EDS), Huawei, e Amazon Web Services, que cederam suas tecnologias sem custo para o programa.

Médicos e instituições de todo o Brasil podem, de forma gratuita, enviar exames de imagem para a plataforma RadVid-19. O sistema identifica indícios da presença de covid-19 nos exames, a partir de algoritmos e tecnologia de inteligência artificial, mostra também o grau de comprometimento pulmonar e, assim, pode auxiliar médicos a definir conduta e possível tratamento mesmo antes do resultado de outros tipos testes.

A FOM, fabricante de almofadas ergonômicas, participa de uma parceria de inovação com o HC e desenvolveu um coxim especial, a ser utilizado no tratamento de pacientes com síndrome respiratória grave. As primeiras 400 unidades estão em teste. O projeto, feito em conjunto com médicos da Faculdade de Medicina e engenheiros da Escola Politécnica da USP, visa aperfeiçoar a aplicação da técnica de pronação, de colocar o paciente com insuficiência respiratória grave de barriga para baixo, para aumentar a oxigenação dos pulmões. Como o período é longo, é preciso usar coxins - anteparos para amortecer o atrito com a cama.

O coxim proposto pela FOM é recheado com microesferas de poliestireno expandido. O kit é composto por 4 almofadas anatômicas de suporte para o tórax, pés, lombar e cabeça, e permite movimento ao pescoço mesmo quando o paciente está intubado.

“Foi por vontade de ajudar que entramos no projeto Prona, motivados pelo mesmo impulso solidário que vem mobilizando empresas de todos os setores no Brasil e no mundo. Mas só quando iniciamos a parceria percebemos que ela nos abriu oportunidade de criar uma linha de produtos para aplicação em saúde”, diz Guel Lafer Rabinovitch, CFO da empresa.

Enviar-me um e-mail quando as pessoas deixarem os seus comentários –

DikaJob de

Para adicionar comentários, você deve ser membro de DikaJob.

Join DikaJob

Faça seu post no DikaJob