Sanofi estuda aumentar parceria com o Butantan

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Valor Econômico 
Jornalista: Ana Paula Machado

25/08/20 - A Sanofi Pasteur negocia aumentar a parceria com o Instituto Butantan. Segundo a diretora geral no Brasil, Ana Garcia-Cerbian, a companhia está conversando com o Butantan para desenvolver uma nova vacina contra a gripe. Ana Cerbian ressaltou que há imunizantes dentro do portfólio da companhia contra o vírus influenza que podem fazer parte desse novo desenvolvimento.

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“Fizemos uma parceria e transferimos a tecnologia para o Butantan produzir a vacina da gripe no Brasil. Entretanto, isso não significa que as parceiras estão fechadas, ainda há muito na área de gripe”, disse Ana Cerbian ao Valor.

Atualmente, a vacina da gripe produzida pelo Butantan foi uma transferência de tecnologia da Sanofi. Essa parceira completou 20 anos em 2019 e se tornou referência no mercado brasileiro e sul-americano. A vacina produzida no Butantan, segundo a executiva, consegue imunizar a população contra três tipos de vírus. Entretanto, a Sanofi já disponibiliza no mercado privado do país uma vacina tetravalente, capaz de proteger de quatro vírus da influenza.

“A vacina tetravalente é referência no Hemisfério Norte. Já a vacina produzida pelo Butantan, que é trivalente, é uma das mais requisitadas no Hemisfério Sul. As conversas são confidenciais, mas temos um portfólio amplo na área de gripe e que poderia ser considerada uma nova parceria no futuro”, afirmou a executiva.

Segundo dados da companhia, de janeiro e julho deste ano as vendas de vacinas para a gripe para os mercados público e privado cresceram 20% no comparativo com o mesmo período do ano passado. Somente o Sistema Único de Saúde (SUS) fez uma encomenda ao Butantan de 75 mil doses este ano, num contrato que chegou a R$ 75 milhões.

A Sanofi Pasteur produz globalmente cerca de 200 milhões de doses de vacinas contra a gripe a cada ano, o que representa 40% de todas as vacinas contra a influenza em todo o mundo.

Além do Instituto Butantan, a companhia tem parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), para a vacina da poliomielite, parceira que foi firmada em 2011. “Temos uma grande história no Brasil junto ao Ministério da Saúde nos desafios de saúde publica”, disse Ana Cerbian.
Segundo ela, em 1974, a Sanofi atuou em conjunto com o governo no surto de meningite e foram imunizados 90 milhões de brasileiros em três a quatro meses. “Foi um recorde naquele momento e foi ai que começou a nossa jornada de parceira pública com os centros de pesquisa brasileiros”, disse a executiva.

A executiva afirmou que no passado o laboratório também participou de uma campanha de vacinação contra a meningite promovida pelo governo. A encomenda do Ministério da Saúde, segundo a executiva, foi de 4,5 milhões de doses, sendo que 50% foi feito junto a Sanofi Pasteur.

“O mercado público é muito importante para a companhia, mas é no privado que trazemos produtos inovadores e podemos entender também como é aceita pela população. O mercado privado é a porta fundamental para entrada da inovação no Brasil.” A Sanofi tem um portfólio no Brasil capaz de atender a 20 doenças infecciosas, de acordo com a executiva. Segundo a companhia, o setor público representa 76% das vendas da empresa no país. Já o mercado privado fica com os outros 24%.

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