Folha de S.Paulo
Jornalista: Natália Cancian

Secretários estaduais de saúde divulgaram uma nota nesta quarta-feira (27) em que criticam a posição do governo em dar aval para que empresas privadas negociem a compra de até 33 milhões de doses de vacinas contra Covid-19 para seus funcionários. Para o grupo, a imunização precisa seguir critérios técnicos, "e não o poder de compra".

"Diante da escassez de imunizantes nesta primeira etapa da campanha, é indispensável que doses existentes sejam dirigidas a grupos mais vulneráveis", afirma a nota.

A negociação entre as empresas e a consulta ao governo foi revelada no domingo (24) pela coluna Painel, da Folha. Em nota, porém, secretários dizem ter recebido "com surpresa" a notícia de que o governo concordou com a possibilidade de aquisição –que, segundo empresários, envolveria doses da vacina de Oxford, da AstraZeneca.

"Se a farmacêutica tem 33 milhões de doses disponíveis, por que o governo federal não se dispõe a comprá-las em sua totalidade e, com isso, providenciar a proteção para os que mais precisam?", questiona a nota dos secretários, que é assinada pelo Conass, conselho que representa o grupo.

Nesta terça (26), em meio à polêmica, a AstraZeneca divulgou um posicionamento em que nega a possibilidade de venda ao setor privado. Empresas, porém, dizem que seguem negociando com o fundo de investimentos BlackRock, que tem participação na farmacêutica.

Ao mesmo tempo, governo tem repetido que não se opõe a uma possível aquisição, com condições.

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