SP amplia vacinação anticovid de grávidas

O Estado de S.Paulo 
Jornalista: Renata Okumura

Nesta segunda-feira, todas as grávidas com mais de 18 anos começaram a ser vacinadas contra a covid na capital paulista, seguindo o cronograma do governo estadual. Até então, estavam sendo imunizadas somente gestantes com comorbidades e da área da saúde.

Em abril passado, as gestantes e puérperas foram incluídas no grupo prioritário do Plano Nacional de Imunização (PNI), como uma forma de minimizar os riscos da infecção pelo coronavírus. Mesmo assim, o recrudescimento da pandemia no Brasil deixa maternidades de São Paulo em alerta.

Com a elevação de casos de covid e risco de variantes mais agressivas, o Grupo Santa Joana, o Hospital e Maternidade Christóvão da Gama, do Grupo Leforte, e o Departamento Materno Infantil do Hospital Albert Einstein já se preparam para uma “terceira onda” de atendimentos. Do início da pandemia até a segunda quinzena de maio, segundo dados do Sistema de Informação de Vigilância da Gripe (Sivep-Gripe) do Ministério da Saúde, compilados pelo Estadão, 10.250 gestantes foram internadas com covid em hospitais das redes pública e privada do País.

Dessas, 2.350 gestantes (22,9%) foram encaminhadas às UTIs e outras 819 morreram (8%). Do total, 6.072 gestantes (59,3%) foram infectadas no terceiro trimestre de gravidez
.
Quando infectada pela covid19, maiores são os riscos de a gestante ter pré-eclâmpsia (caracterizada por pressão alta), desenvolver outras complicações e precisar de tratamento na UTI. Foi o caso da assistente administrativa Rosana Franzo Batista, de 36 anos, que, com 27 semanas de gravidez, recebeu o diagnóstico positivo para a covid19.
Dias depois, ela foi para a UTI. “Depois que o meu marido testou positivo, fiz duas vezes o teste antes de ter a confirmação. Eu estava começando a ter dor de garganta, tosse e um pouco de cansaço”, lembra.
Com infecção de urina e o quadro respiratório agravado, no dia 8 de março ela foi hospitalizada na Maternidade Christóvão da Gama e, no dia 11, encaminhada à UTI com mais de 80% do pulmão comprometido. Depois a situação piorou e precisou ser intubada. “Dei à luz no dia 12 ao meu segundo filho. Mas só pude ver presencialmente o Pedro no dia 5 de abril, quando tive alta hospitalar.”

Protocolos rígidos

Números do Sivep-Gripe revelam uma alta quase três vezes maior, entre março e a segunda quinzena de maio de 2021, com 3.469 internações de gestantes na comparação com 1.203 no mesmo período do ano passado. Os meses com maiores picos foram março e abril deste ano, com 1.650 e 1.228 internações, respectivamente. Dados de maio passado já sinalizam 591 internações.
O coordenador médico de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Christóvão da Gama, Raphael Garcia Leão, afirma que o grupo permanece preparado para um aumento no número de atendimentos. “Desde o início da pandemia aumentamos em quase três vezes o número de leitos. No pico da segunda onda, tivemos superlotação. Precisamos estar preparados para uma terceira onda”, afirma. No Santa Joana também há preocupação com o aumento dos casos. A sensação, na equipe, é que está começando uma nova alta de registros.

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