UE quer publicar hoje contrato firmado com AstraZeneca sobre vacinas

Vacina da AstraZeneca contra a covid-19 vira mais um ponto de polêmica entre britânicos e europeus - AFP

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A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse nesta sexta-feira (29) que deseja publicar o contrato assinado com a companhia farmacêutica AstraZeneca para receber vacinas contra a covid-19, após polêmica sobre atrasos nas entregas.

“Queremos publicá-lo hoje [sexta-feira]. Estamos em discussões com a empresa sobre partes do contrato que devem permanecer ocultas”, disse Ursula à rádio alemã Deutschlandfunk.

A União Europeia (UE) e a AstraZeneca protagonizam, desde a última sexta-feira, uma dura controvérsia pública, após o anúncio do laboratório sobre atrasos na entrega de vacinas no âmbito de um contrato de compra antecipada assinado entre as partes.

A polêmica se concentra nos compromissos aparentemente assumidos pela farmacêutica. Como o contrato está, até agora, bloqueado por cláusulas de confidencialidade, as duas partes têm uma estreita margem de argumentação.

O CEO da AstraZeneca, Pascal Soriot, deu uma entrevista na terça-feira e, nela, deu declarações que, na opinião da UE, avançaram para a divulgação de aspectos centrais do contrato.

Agora, a UE deseja tornar o contrato público, possivelmente mantendo reservados aspectos específicos do acordo.

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) também deve anunciar, nesta sexta-feira, sua posição sobre a autorização do uso da vacina desenvolvida pela AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford.

A vacina já havia sido objeto de polêmica, depois que foram publicadas notícias na imprensa alemã sobre a conveniência de não utilizá-la em pessoas com mais de 65 anos. Esta vacina está sendo aplicada há semanas no Reino Unido em pessoas dessa faixa etária.

A UE assinou com a AstraZeneca um contrato de compra antecipada de até 400 milhões de doses. Na sexta-feira passada, a empresa anunciou que enfrentaria atrasos significativos nas entregas por problemas em uma fábrica situada no bloco.

Por enquanto, o grupo estima que poderá entregar 17 milhões de doses à UE no final de fevereiro.

A Comissão Europeia exige, porém, que a AstraZeneca cumpra os compromissos firmados, utilizando, para isso, as duas plantas que a farmacêutica tem no Reino Unido.

Com fábricas no Reino Unido e no continente europeu, a empresa afirma que as fábricas europeias estão com “problemas de desempenho” e que assinou o contrato com Londres três meses antes do contrato com a UE.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, já anunciou que não espera mudanças nos programas de entrega local de vacinas da AstraZeneca.

“A AstraZeneca se comprometeu a entregar dois milhões de doses por semana no Reino Unido e não esperamos que isso mude”, afirmou.

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