Uso de plasma pode reduzir tempo em respirador

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Correio Braziliense 

Jornalista: Indefinido

16/09/20 - O uso do plasma sanguíneo de pessoas recuperadas da covid-19 para tratar pacientes infectados é uma das técnicas que mais têm sido exploradas por cientistas. E também acompanhada, por ser uma abordagem nova. Com esse objetivo, pesquisadores americanos avaliaram um grupo de pacientes que receberam o tratamento em um hospital da cidade de Nova York. Eles observaram que a terapia esteve relacionada a um uso reduzido de respiração artificial em infectados pelo vírus Sars-CoV-2. Os dados foram apresentados na última edição da revista científica Nature Medicine.

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A terapia é considerada um tratamento provisório para a covid-19, enquanto novos medicamentos antivirais e vacinas estão sendo desenvolvidos. O plasma convalescente é o componente do sangue que contém anticorpos, principalmente aqueles que reconhecem o coronavírus. “Acredita-se que esses anticorpos, transfundidos em pacientes infectados, induzam um efeito antiviral ao suprimir a infecção, complementando as próprias respostas imunológicas do paciente. No entanto, ainda não temos a quantidade suficiente de provas que atestem esse efeito terapêutico”, destacaram os autores do artigo.



A equipe, liderada por Nicole Bouvier, pesquisadora do Hospital Mount Sinai, selecionou 39 pacientes internados no centro médico, entre 24 de março e 8 de abril, para receber transfusão de plasma convalescente da covid-19. Dois terços dos pacientes eram do sexo masculino, e um terço, do feminino, com idade média de 55 anos. Os pacientes tendiam a ser obesos, mas geralmente apresentavam poucas outras doenças preexistentes.

Em 14 dias

No dia da transfusão, 87% necessitaram de oxigênio suplementar por meio de dispositivo não invasivo (máscaras) e 10% estavam em ventilação (entubados). O grupo controle consistiu na mesma quantidade de pacientes com covid-19, internados no mesmo período, com sintomas e condições preexistentes semelhantes aos do grupo de tratamento, e que também precisavam de auxilio para respirar.



No 14º dia após a transfusão, 18% dos pacientes grupo de tratamento com plasma precisaram de mais oxigênio. No grupo controle, esse número foi maior, 28%. Ao fim do estudo, em 1º de maio, 13% dos pacientes tratados e 24% do grupo de controle morreram, e 72% e 67% tiveram alta, respectivamente.

Os autores concluíram que esse estudo fornece evidências de que a transfusão de plasma convalescente pode ser um tratamento eficaz contra a covid-19, mas tamanhos de amostra maiores e ensaios randomizados são necessários para determinar definitivamente a eficácia dessa terapia, ponderaram. “Ficamos satisfeitos com os resultados positivos, mas precisamos de um aprofundamento. A preocupação envolta no uso de sangue é que podem ocorrer problemas, como reações alérgicas. Por isso, acreditamos que mais estudos são necessários, em grupos maiores e em populações de características distintas.”

72% dos pacientes tratados com plasma tiveram alta no fim do estudo, contra 67% dos não submetidos à terapia

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