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O Globo 
Jornalista: Rodrigo Berthone


30/09/20 - A vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelo laboratório americano Moderna criou anticorpos neutralizantes em quantidades consideradas elevadas para a faixa etária acima de 56 anos. As informações, divulgadas ontem por pesquisadores na revista especializada News England Journal of Medicine, mostraram também que o imunizante em desenvolvimento gerou sintomas toleráveis nos participantes dos testes durante as fases 1 e 2.

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De acordo com a publicação, foram ministradas duas doses do imunizante em cada indivíduo. A vacina da Moderna consiste em usar um segmento de RNA, material genético do vírus, que dentro do organismo humano promove a produção de uma proteína do vírus que funciona como “antígeno”. a molécula que faz o sistema imune reconhecer o patógeno.

O estudo, voltado para idosos, teve a participação de 40 pessoas divididas em duas faixas etárias: de 56 a 70 anos e acima dc 71 anos. O resultado foi a produção de anticorpos neutralizantes em quantidades elevadas. Segundo os dados, participantes com mais de 71 anos apresentaram resposta neutralizante ainda maior do que o grupo situado entre 56 e 70 anos.

Entre os efeitos colaterais mencionados estão fadiga, calafrios e dores de cabeça e no local da injeção. Os mais graves foram febre e cansaço, este último reportado no grupo acima de 71 anos. Devido às reações adversas, durante a fase 3 de testes, a Moderna optou por ministrar 50 microgramas do composto divididas em duas doses em um intervalo de quatro semanas.

—Vacinas como a da Sinovac, testada aqui em São Paulo, são produzidas com o vírus inativados, e costumam ser menos imunogênicas para pessoas acima de 50 anos. Este teste foi realizado justamente para verificar como a vacina da Moderna vai se sair nessa faixa etária. E os estudos mostraram que o grupo entre 56 e 70 anos teve resposta similar à dos grupos mais jovens, entre 18 e 56 anos, testados anteriormente. E que acima de 70 anos foi ainda maior a quantidade de anticorpos neutralizantes produzidos —destaca Jorge Kalil, professor titular de Imunologia Clínica e Alergia da faculdade de medicina da Universidade de São Paulo (USP).

Para Kalil, que faz parte do grupo independente de especialistas que audita o estudo, chama a atenção o fato dos testes terem sido realizados com um grupo restrito de participantes:

— É um estudo bem realizado, porém, pequeno, com quatro grupos de 10 pessoas, todos brancos, sem negros ou latinos. A gente não sabe mas pode ser que tenha diferença entre os indivíduos.

Em julho, o então ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, afirmou que o Brasil seguia em negociações com a Moderna para uma possível compra com prioridade da candidata a vacina desenvolvida pela empresa contra a Covid-19.

ALIANÇA MUNDIAL DE VACINAÇÃO

Também ontem, a Gavi, aliança mundial para a vacinação que trabalha em conjunto com a Organização Mundial da Saúde (OMS), anunciou que 100 milhões de doses adicionais das futuras vacinas contra a Covid-19 foram reservadas para os países mais pobres.

Na semana passada, governo brasileiro anunciou a liberação de RS 2,5 bilhões para o ingresso do país na aliança internacional por vacinas contra Covid-19, a Covax Facility, o nome dado pela OMS para a coalizão contra o coronavírus. Segundo informou o governo, com isso será possível “comprar o equivalente para garantir a imunização de 10% da população até o final de 2021”.

No início de agosto, a Gavi e a Fundação Bill e Melinda Gates divulgaram um acordo com o SerumInstituteofIndia(SIl),amaior fabricante de vacinas do mundo, para garantir o fornecimento de 100 milhões de doses aos países menos favorecidos. As vacinas serão vendidas a US$ 3 (cerca de R$ 16) por dose, segundo a aliança internacional.

Desenvolvidas pelas empresas farmacêuticas britânica AstraZeneca e a americana Novavax, as vacinas serão fabricadas pelo S1I, que doará as doses à Covax.

Esta colaboração permitirá ao instituto indiano aumentar desde o início sua capacidade de produção. Quando uma ou mais vacinas receberem a aprovação das agências reguladoras e autorização da OMS, as doses poderão ser distribuídas nos países de renda baixa e média, mas não antes do primeiro semestre de 2021.

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