Ausência para segunda dose preocupa; reforço é essencial contra delta

O Globo 
Jornalista: Rafael Garcia

No início do ano, muitas muito pessoas que haviam tomado apenas a primeira do efetividade da vacina contra a Covid-19 estavam se beneficiando de uma imunidade parcial enquanto esperavam a segunda aplicação do antígeno. Com o avanço da depois da variante Delta do coronavírus, porém, essa proteção provisória fica comprometida, indica um novo estudo divulgado ontem na revista New England Journal of Medicine.

Ao comparar as eficácias dos imunizantes da Pfizer e da AstraZeneca em dados de 150 mil pessoas após as duas etapas de vacinação, pesquisadores mostraram que a proteção induzida contra a nova variante do coronavírus é similar àquela atingida contra a cepa Alfa, mais antiga. Isso acontece, no entanto, apenas após a dose final da vacina. Enquanto a Alfa foi detectada originalmente na Inglaterra, a Delta tem origem provável na Índia.

Ao passo que essas duas vacinas vinham oferecendo uma proteção de cerca de 50% para a Alfa com apenas uma dose, a eficácia provisória cai para a faixa dos 30% a 35% diante da variante Delta, de acordo com a pesquisa. Após a segunda dose, no entanto, a diferença entre os resultados do enfrentamento da Alfa e da Delta diminui de forma consistente.

Com a Pfizer, a cepa Delta impôs uma queda de 93,7%, obtida contra a Alfa, para 88% de proteção. Com a AstraZeneca, a redução foi de 74,5%, com a cepa originária do Reino Unido, para 67% na indiana. Os dados das 150 mil pessoas total ou parcialmente vacinadas foram cruzados com dados de outras 93 mil pessoas não vacinadas para validar a comparação.

O estudo que chegou a essa conclusão foi liderado por cientistas da Public Healh England (agência britânica de saúde pública).

“Notamos uma diferença muito modesta de efetividade da vacina com a variante Delta em comparação com a Alfa depois da aplicação de duas doses”, escreveram os pesquisadores, liderados pelo epidemiologista Jamie Lopez Bernal.

“As diferenças absolutas em efetividade foram mais marcantes após a recepção da primeira dose. Essa descoberta justifica os esforços para maximizar a aplicação de vacina com duas doses em populações vulneráveis”, conclui o pesquisador.

Outro estudo sobre eficácia de vacinas da Covid-19 saiu ontem na revista Science. Nesta segunda pesquisa, anticorpos de pacientes vacinados foram testados em laboratório contra diversas variantes do vírus, incluindo a cepa Gama (originalmente detectada no Brasil) e a Delta.

Neste trabalho, realizado pelos NIH (Institutos Nacionais de Saúde dos EUA), foi usada a vacina da Moderna para avaliar a capacidade desses agentes do sistema imune de neutralizar o SARS-CoV-2.

Anticorpos

Enquanto os anticorpos de indivíduos com apenas uma dose de vacina tiveram baixa taxa de efetividade contra as novas variantes do vírus, aqueles das pessoas com segunda dose foram mais bem sucedidos. O resultado mostrou que, no caso do imunizante fabricado pela Moderna, a dose final se mostrou essencial contra novas variantes.

A cepa Delta, de qualquer forma, foi aquela que mais obteve sucesso em se esquivar dos anticorpos, especialmente quando usado soro de indivíduos idosos vacinados.

“Esses dados são complementares a outros estudos para informar a potencial necessidade de mais doses de reforço”, escreveram os pesquisadores, liderados por Amarendra Pegu, do Centro de Pesquisa em Vacinas dos NIH.

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