Visons sacrificados voltam a preocupar

Correio Braziliense )

Na tentativa de conter a pandemia da covid-19, autoridades de vários países determinaram o sacrifício de visons, animais criados para o comércio de pele e capazes de transmitir o Sars-CoV-2 para humanos. Porém, a pressa em eliminar os pequenos mamíferos fez com que novos problemas surgissem na Dinamarca, que, em novembro, anunciou que sacrificaria 15 milhões de animais. Os animais enterrados voltaram para a superfície devido aos efeitos dos gases de decomposição, fenômeno que criou mais uma preocupação sanitária.

O “retorno” dos visons ocorreu em um terreno militar perto de Holstebro, no oeste da Dinamarca, em uma das fossas em que os animais foram depositados. Os cadáveres estavam cobertos por uma camada de calcário e de terra muito arenosa. Com o acúmulo dos gases do processo de decomposição, subiram à superfície. Segundo o Ministério do Meio Ambiente e da Agricultura, os bichos estavam enterrados entre 1,5m e 2m. A rede de televisão pública DR, porém, informa que a profundidade era de 1m.

Além disso, as covas foram cavadas a 200m de um lago, ou seja, 100m a menos do que o recomendado, levantando também preocupações sobre problemas de poluição da água por fósforo e nitrogênio. Autoridades de saúde do país prometeram resolver o caso, que gerou indignação. “O Estado brinca com a nossa natureza e a usa como um aterro sanitário”, lamentou Leif Brogger, um conselheiro municipal de Holstebro citado pelo jornal Jyllands-Posten.

Mutação

O órgão de saúde dinamarquesa, Statens Serum Institut (SSI), identificou uma cepa específica do Sars-CoV-2 em visons criados em fazendas. Posteriormente, a cluster 5 foi detectada em humanos com covid-19. Essa cepa tem uma mutação que pode reduzir a resposta imune da pessoa infectada e, dessa forma, comprometer a eficácia das futuras vacinas, acreditam especialistas. Desde a morte dos animais, nenhum novo caso com a cepa foi detectado, e a Dinamarca passou a considerar que ela está “provavelmente extinta”.

Os pequenos mamíferos são os únicos animais conhecidos, até o momento, que podem ser infectados pelo novo coronavírus e, depois, transmiti-lo para humanos. Infecções em visons também foram detectadas em fazendas da Holanda, dos Estados Unidos, da Itália, da Espanha, da Suécia e da França.

15 milhões Quantidade de visons que o governo dinamarquês planejou sacrificar na tentativa de conter o avanço do novo coronavírus no país

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