Vivo vai vender cursos on-line e telemedicina

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Valor Econômico
Jornalista: Alexandre Melo


20/02/20 - Os planos da Telefônica Brasil em transformar a sua vocação de uma empresa de telecomunicações para uma companhia de tecnologia avançam neste ano com a venda de pacotes de telemedicina e ensino a distância. A dona da Vivo discute os termos dos novos serviços com duas grandes empresas brasileiras de saúde e grupos ensino, disse ontem ao Valor, Christian Gebara, diretor-presidente do grupo, sem revelar os nomes.



A estratégia é vender esses serviços aos consumidores associados a planos de banda larga por fibra óptica nas 1,5 mil lojas da Vivo. Nessa mesma linha de serviços digitais, a companhia deverá ampliar a oferta em entretenimento e produtos financeiros, de olho na parcela da população sem conta bancária. Em agosto de 2019, a Telefônica começou a vender crédito pessoal de R$ 1 mil a R$ 30 mil para uma parte dos seus 43,17 milhões de clientes de planos controle e pós-pago.

Durante a apresentação dos resultados financeiros do quarto trimestre de 2019 ontem, a Telefônica informou que o lucro líquido recorrente contábil atingiu R$ 1,39 bilhão, com queda de 9,9% em base anual. No acumulado de 2019, o lucro líquido somou R$ 5 bilhões, com recuo de 3,2% frente a um ano antes. Excluindo a adoção da norma contábil IFRS 16, o lucro líquido recorrente pro forma da companhia chegou a R$ 1,48 bilhão no trimestre, sendo 4,2% menor em relação a igual período de 2018, e R$ 5,3 bilhões em 12 meses, com alta de 2,5%.

A Telefônica encerrou o quarto trimestre com dívida líquida de R$ 1,1 bilhão. David Melcon, vice-presidente de finanças da companhia, afirmou, durante teleconferência com jornalistas, que a taxa básica de juros da economia (Selic) em 4,25% ao ano muda a situação do Brasil e a dívida líquida baixa abre espaço para a possível contratação de novas dívidas no futuro.



Dois fatores têm potencial para aumentar em breve a dívida da Telefônica. Um deles é o leilão da quinta geração de serviços móveis (5G), previsto para ser realizado no fim do ano pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). O outro é a eventual venda da área móvel da concorrente Oi. A dona da Vivo tem interesse em analisar os dois investimentos, mas Gebara não revela se seriam cumulativos. Os aportes para isso poderiam partir tanto do caixa da empresa quanto do repasse de capital da controladora espanhola.

No ano passado, os investimentos da Telefônica foram de R$ 8,84 bilhões, o que representa crescimento de 7,9% em relação ao ano anterior. Para 2020, o total aplicado será de, no máximo, R$ 9 bilhões, disse Gebara na teleconferência com jornalistas. O valor não considera aquisições ou participação em leilão.

Como o plano de investimentos da subsidiária espanhola entre 2018 e 2020 seriam de R$ 26,5 bilhões, significa que o montante deve ficar cerca de R$ 470 milhões abaixo do previsto. Gebara, que está há um ano no cargo, disse que a tele está mais eficiente na execução do investimento: “Além disso, no decorrer do ano poderão acontecer parcerias no móvel ou no fixo que vão interferir no valor final.”

Sobre a possibilidade de a Oi colocar ativos à venda, Gebara reafirmou que a Telefônica continua monitorando a questão. “Não tem nada definido ou concreto. Se estiver à venda, verificaremos qual ativo e quais as condições”, disse.

A Telefônica fechou o último trimestre de 2019 com 93,62 milhões de usuários, um recuo de 1,6%. Na telefonia móvel, houve crescimento de 2%, para 74,6 milhões de clientes. Na rede fixa, porém, com serviços de banda larga, TV por assinatura e telefonia, foi registrado declínio de 13,5%, para 19 milhões de usuários. Houve 875 mil adições líquidas móveis de pós-pago, enquanto as desconexões líquidas no pré-pago somaram 126 mil acessos no mesmo período.


Gebara opinou que o cenário para o consumo das famílias no Brasil está melhorando gradualmente: “Isso vai refletir diretamente em nosso negócio, em especial no segmento pré-pago. Ainda depende da redução do número de desempregados no país.”

O executivo afirmou ainda que no decorrer do ano será revertida a queda na receita da telefonia fixa, ajudada por serviços digitais como fibra óptica até casa do cliente (FTTH, na sigla em inglês). No fim de 2019, a tele chegou a 11 milhões de casas aptas a terem o serviço, neste ano serão mais 2 milhões.

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