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A sétima edição do Abrafarma Future Trends terminou nesta sexta-feira, dia 18, com um recorde histórico. Pela primeira vez em formato digital, o congresso registrou 8.974 participantes em seis dias de programação, quase o dobro do ano anterior. “Só podemos agradecer a todos os empresários, executivos e dirigentes que nos prestigiaram com a audiência e assimilaram ensinamentos que garantirão o crescimento sustentável e longevo do mercado farmacêutico nacional”, exalta Sergio Mena Barreto, CEO da Abrafarma.

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E a agenda do último dia trouxe importantes lições que o varejo do Exterior pode oferecer às farmácias e drogarias brasileiras, com a condução de Neil Stern, sócio da consultoria McMillan Doolittle. O especialista traçou um panorama das medidas que grandes cadeias vêm adotando para transformar a experiência do consumidor na loja física e nos canais de vendas online.

Stern abriu o painel com uma frase simbólica de Greg Foran, ex-executivo do Walmart: “O varejo mudará mais nos próximos cinco anos do que mudou nos últimos 50”. A afirmação ganha ainda mais sentido com os números do e-commerce no varejo dos Estados Unidos. Ano a ano, o percentual de evolução avançava de 1% a 1,5%, mas 2020 testemunhou uma explosão em apenas oito meses.

Evolução percentual do e-commerce ano a ano

O crescimento gradual da década deu lugar a um boom em 2020

2011                          11,8

2012                          13,2

2013                          14,4

2014                          16

2020 (jan/ago)           33

“É um caminho inevitável. Hoje, 29% dos consumidores norte-americanos acreditam que seus novos comportamentos de compra vão perdurar por, pelo menos, mais seis meses. Já 43% asseguraram que manterão os hábitos de usar a internet para adquirir produtos de saúde e bem-estar, mesmo depois da pandemia”, reforça Stern.

Mas antes mesmo da Covid-19, players do setor iniciaram um intenso movimento de reinvenção da jornada de consumo, baseados em três premissas – valor extremo, conveniência extrema e experiência extrema. “As redes redobraram a aposta em marcas e embalagens próprias, justamente para aplicar o menor preço possível. Em paralelo, criaram mecanismos para remover atritos na compra, inclusive eliminando contatos com caixas físicos. Também estimularam o engajamento do cliente por meio de facilidades como entregas em casa e serviços por assinatura”, aponta.

Casos de sucesso

Stern elencou alguns exemplos referenciais como o da Amazon Go, cujas lojas não têm caixas registradoras, carrinhos ou filas. Logo na entrada, catracas protegem a loja e permitem apenas o acesso de pessoas com aplicativo instalado em seus smartphones. “À primeira vista, podemos achar que não há atmosfera amigável nesses lugares, mas será que a Covid-19 e o distanciamento social já não instituíram novos padrões?”, questiona.

Os novos paradigmas de consumo impactam, inclusive, no ambiente da loja. Com cerca de 500 unidades nos Estados Unidos, a rede de departamentos Costco não coloca nomes de categorias nos corredores, na tentativa de estimular a imersão no PDV e uma autêntica caça ao tesouro. A alemã Aldi, com mais de 10 mil supermercados espalhados por Europa e China, concentra 90% do sortimento em marcas próprias e produtos sazonais, o que mantém aquecido o interesse do cliente.

Mais agilidade e serviços no varejo farma

As grandes redes de farmácias também buscam reinventar a jornada do consumidor. Desde o ano passado, a Walgreens mantém uma parceria com a empresa de tecnologia Cooler Screens, que viabilizou a instalação de portas de compartimentos refrigerados com telas de publicidade. Elas são equipadas com sensores ópticos, infravermelhos e de proximidade para detectar quando um cliente está parado ou optou por pegar um determinado produto.

As informações são transmitidas aos gestores da loja e auxiliam nas decisões sobre reabastecimento de estoque. Mais de 500 unidades contam com essa inovação em Chicago (EUA) e a perspectiva é chegar a 2.500 em 18 meses. “Os resultados de vendas com essa tecnologia são superiores aos gerados pelos displays tradicionais”, comenta.

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A CVS também implementou máquinas de venda automática em locais de grande circulação nos Estados Unidos, como a Estação Sul de Boston e o Aeroporto LaGuardia de Nova York. Mas ao mesmo tempo em que incentiva a inexistência de contato com o vendedor, a companhia aprimora a interação com os clientes por meio do CVS Health Hub.

As salas clínicas desse projeto estão presentes em 600 lojas e dispõem de profissionais de saúde especializados para a realização de testes rápidos e aconselhamentos sobre doenças crônicas. Mas os pacientes também podem acessar balcões digitais nesses espaços para agendamento e realização de consultas clínicas online. “Um fato é inquestionável. Vai sobreviver nesse mercado não a empresa mais forte ou mais inteligente, e sim aquela que entender mais rapidamente que esse cenário é irreversível”, conclui.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico

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