EUA fazem segundo transplante de rim de porco em humano

 

Folha de S.Paulo 

 


Um rim de porco foi transplantado para um corpo humano, anunciou na última quinta-feira (20) uma equipe médica dos Estados Unidos. Trata-se da segunda operação do tipo e a primeira realizada dentro do corpo de um paciente, que estava em estado de morte cerebral.

O procedimento foi realizado por médicos da Universidade do Alabama (UAB), em Birmingham, e descrito em um artigo científico, revisado por pares, publicado no periódico American Journal of Transplantation.

A cirurgia, que ocorreu em 30 de setembro de 2021, e envolveu a colocação de dois rins de um porco geneticamente modificado em Jim Parsons, 57. Os rins permaneceram funcionalmente viáveis até o término do estudo, 77 horas depois.

"Os resultados de hoje são uma conquista notável para a humanidade e fazem avançar o xenotransplante no âmbito clínico", disse Selwyn Vickers, reitor da Escola Heersink de Medicina da UAB, que realizou o procedimento.

"Os rins transplantados filtraram sangue, produziram urina e, o mais importante, não foram imediatamente rejeitados", disse a UAB em comunicado.

Espera-se que os avanços no campo dos chamados xenotransplantes, ou transplante de órgãos interespécies, um dia resolvam a escassez crônica de doações de órgãos humanos.

A equipa da UAB indicou que esse procedimento está a um passo de se tornar uma realidade clínica. Eles planejam passar para testes em humanos em breve e, em seguida, buscar aprovação regulatória para esses tipos de intervenções.

Um primeiro rim de porco já havia sido transplantado em um humano por uma equipe da Universidade de Nova York (NYU) em 25 de setembro de 2021 e envolveu um paciente com morte cerebral, cuja família havia dado permissão para o experimento. Neste caso, porém, o órgão foi colocado fora do corpo.

Esse procedimento em particular envolveu anexar um rim aos vasos sanguíneos na parte superior de uma das pernas do paciente, para que os cientistas pudessem examiná-lo e coletar amostras de biópsia.

A mesma equipe realizou outro experimento semelhante em 22 de novembro.

Atualmente, as válvulas cardíacas de porco são amplamente utilizadas em humanos, e a pele de porco é enxertada em vítimas de queimaduras.

Os porcos são doadores ideais devido ao tamanho de seus órgãos, seu rápido crescimento e grandes ninhadas.

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