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O Globo - by Evelin Azevedo

 

25/01/22 - É possível acabar com a fase aguda da pandemia de coronavírus este ano, afirmou ontem o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus. No entanto, ele alertou que atualmente a Covid-19 provoca uma morte a cada 12 segundos no planeta.

— Podemos acabar com a fase aguda da pandemia este ano e dar fim à Covid-19 como emergência sanitária mundial (que é o nível de alerta mais alto da OMS) — afirmou Adhanom.

Entretanto, ele alertou que é “perigoso supor que a Ômicron será a última variante e que estejamos no fim do jogo”, porque as condições são “ideais” para que novas variantes surjam, inclusive outras mais transmissíveis e virulentas.
Segundo o diretor da OMS, para acabar com a fase aguda da pandemia. os países não devem ficar de braços cruzados e precisam lutar contra a desigualdade na vacinação, vigiar o vírus e suas variantes e aplicar restrições adaptadas.


NOVO RITMO 

Adhanom pede há semanas, insistentemente, que os estados-membros acelerem a distribuição de vacinas aos países pobres, com o objetivo de conseguir vacinar 70% da população mundial em meados deste ano.
Metade dos 194 estados-membros da OMS não alcançaram o objetivo de chegar a 40% da população vacinada no final de 2021, segundo a instituição.
Enquanto isso, a Covid-19 continua fazendo vítimas. Na última semana, uma pessoa morreu a cada 12 segundos no mundo devido à doença e a cada três segundos foram registrados cem novos casos, segundo a OMS.
O surgimento da variante Ômicron em novembro fez disparar o número de casos. Desde então, foram contabilizados 80 milhões de novas infecções. Mas “até agora, a explosão de casos não foi acompanhada por um aumento das mortes, embora as mortes tenham aumentado em todas as regiões, sobretudo na África, a região com menos acesso às vacinas”, de acordo com Adhanom.
— E verdade que viveremos com a Covid (...), mas aprender a viver com ela não deve significar que temos que deixar o caminho livre. Não deve significar que temos que aceitar que 50 mil pessoas morram toda semana devido a uma doença que podemos prevenir—afirmou.


SUPERFÍCIES 

Altamente transmissível, a nova variante está longe de ser um problema já resolvido no mundo. Recentemente, pesquisadores japoneses descobriram uma faceta até então desconhecida da cepa: sua persistência em superfícies, maior que as de versões anteriores do coronavírus.

No estudo, da Universidade Municipal de Medicina de Kyoto, os cientistas compararam a capacidade de sobrevivência em superfícies da cepa original do coronavírus, de Wuhan, e as variantes de preocupação Alfa, Beta, Gama, Delta e Ômicron. Eles concluíram que a Ômicron é a mais resistente no ambiente externo, com duração de até 21 horas sobre a pele e até 193 horas (o equivalente a oito dias) em material plástico.
As amostras usadas no estudo, ainda sem revisão de pares, foram fornecidas pelo Instituto Nacional de Doenças Infecciosas de Tóquio. Os pesquisadores testaram a capacidade de sobrevivência em uma placa de poliestireno (plástico) e em pele humana (tecidos humanos coletados para autópsia forense).
Os cientistas descobriram que a Ômicron é a que mais resiste sobreo plástico (193,5 horas), seguida pela Alfa (191,3 horas), Beta (156,6 horas), Delta (114 horas), Gama (59,3 horas). A cepa originária foi aque menos sobreviveu (56 horas).
já o tempo de permanência na pele humana foi inferior em comparação à superfície plástica, sendo a Ômicron mais uma vez a de maior resistência (21,1 horas), seguida da Alfa (19,6 horas), Beta (19,1 horas), Delta (16,8 horas), Gama (11 horas) e a de Wuhan (8,6 horas).

 

PREVALÊNCIA

Essa maior capacidade de sobrevivência da Omicron sugerem os autores, poderia explicar o porquê de a nova variante ter substituído rapidamente a Delta.
—Em tese, se essas partículas encontradas em superfícies forem contaminantes, então isso pode explicar parte do processo de infecção da Omicron. O trabalho lança uma pergunta a ser respondida e dizem as as melhores pesquisas são aquelas que deixam perguntas em aberto — diz o geneticista Salmo Raskin, diretor-médico do Laboratório Genetika, de Curitiba.

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