Em vez de viagens, cestas básicas

Valor Econômico 
Jornalista: Ana Paula Machado

20/05/20 - A indústria farmacêutica brasileira tem feito doações de todo tipo para tentar minimizar os impactos sociais e econômicos por causa da pandemia. Até agora, as empresas já doaram R$ 55 milhões em remédios, testes de diagnóstico, alimentos, produtos de higiene, equipamentos de proteção individual (EPIs).

Como parte dessas iniciativas, o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma) vai doar 10 mil cestas básicas, que somam R$ 1,1 milhão e vão beneficiar 40 mil pessoas, por intermédio do Fundo Social do Estado de São Paulo.

Segundo o presidente do Sindusfarma, Nelson Mussolini, esses recursos são provenientes do orçamento da instituição para viagens e hospedagem. “Como tivemos uma economia, deixando de gastar dinheiro, com viagens e hospedagem, entendemos que deveríamos fazer uma ação solidária.” Segundo ele, a indústria farmacêutica, por ser uma atividade essencial, está produzindo medicamentos normalmente e não teve redução de cortes na folha de pagamento.

“Não estamos demitindo apesar de todos os custos de produção terem aumentado assustadoramente. O dólar, por exemplo, está 50% mais valorizado em relação a março de 2019, que foi quando tivemos o último reajuste. O frete que era cobrado cerca de US$ 2 agora tem casos que chega a US$ 15. E tudo isso com os preço congelados até final de maio. Mas entendemos que temos a nossa responsabilidade social e por isso essas doações para o país”, disse Mussolini.

Segundo ele, as vendas em abril foram mais fracas do que março. Mas, historicamente, esse mês, que é o posterior ao reajuste, é mais fraco, ponderou. “Maio não vem bem também e deverá ter queda em relação ao ano passado. Mas, não deve ter desabastecimento. O que é preocupando e que a rentabilidade está muito apertada, pelo dólar.”

Em uma pesquisa feita pelo Sindusfarma com cerca de 50 associados, segundo Mussolini, 93,6% das empresas consultadas informaram que não têm falta de insumo para a produção de medicamentos. Outros 6,4% disseram que tem alguma falta. “

“As empresas estão cumprindo o seu papel. O que acontece é que com uma rentabilidade menor, os investimentos futuros são adiados. E se não tivermos aumento de preços em junho, provavelmente, alguns produtos que estão com margem sufocada, poderão faltar no mercado’, afirmou Mussolini.

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