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Da esquerda para a direita: Paolo Compagnon, Marin Mignot, Fréderic Donier, Marga Diniz, Wellington Rodrigues e Charles Boussion (Foto: Ricardo Hara)

Durante o Innovation & Tech Day, da Câmara de Comércio França-Brasil, executivos discutiram como esses negócios ajudam na inovação

por BARBARA BASTOS

Revista PEGN

“A inovação aberta ajudou as empresas a sair do analógico e ir para o digital”. Foi assim que Fréderic Donier, fundador da Crescendo, abriu o painel “Inovar para sobreviver: como a Inovação Aberta desafia empresas a se reinventar e estimula a cooperação com startups”, durante o Innovation & Tech Day da Câmara de Comércio França-Brasil, que aconteceu no Cubo, na terça-feira (26).

Além dele, estavam presentes Marga Diniz, gerente de cultura organizacional e comunicação corporativa da Saint-Gobain; Wellington Rodrigues, diretor de estratégia e marketing da Thales; Marin Mignot, diretor de operações na America Latina da Ingenico; Paolo Compagnon, líder de estratégia e inovação na WeHealth, do Grupo Servier; e Charles Boussion, gerente de desenvolvimento e inovação da Endered.

De acordo com os executivos, apesar de a inovação ser valiosa, ela conta com alguns desafios. Um deles é a dificuldade de mesclar a cultura organizacional de grandes grupos com as startups. “Tivemos que passar por uma mudança organizacional para conseguir inovar”, disse Marga, da Saint-Gobain, companhia com cerca de 350 anos.

A executiva afirmou que a transformação cultural dentro da empresa ajudou os colaboradores a se engajarem com a inovação que acontecia. “Foi uma mudança geral da mentalidade”, disse. Ela diz que a Saint-Gobain chegou a esenvolver uma espécie de manual para ajudar a diminuir o choque entre as culturas. O projeto começou em 2015 e provavelmente ainda vai durar muito mais. “A inovação não para”, afirmou Marga.

Mas a inovação não está focada apenas no ambiente interio. Ela deve ajudar na criação de parcerias e no atendimento ao cliente. “As startups com que colaboramos nos ajudaram no desenho da nossa jornada e até a aumentar as vendas”, disse a executiva.

Mignot, da Ingenico, contou que a empresa também trabalha para cocriar com as startups. “Não basta pesquisar inovação, é preciso aplicá-la”, disse. Por isso, a companhia entrou no State, um centro de inovação para grandes empresas. “Toda solução vem da conexão com o ecossistema”, afirmou.

O espaço, chamado La Fabrique, fica dentro do hub, em São Paulo. Além da Ingenico, conta com três outras companhias, uma delas a Endered. “Queremos estar onde a inovação está”, disse Boussion, gerente de desenvolvimento e inovação da empresa. “O mundo está rápido demais para você conseguir inovar sozinho, por isso as parcerias com as startups”, afirmou.

Mas para começar a conexão com o ecossistema, a Edenred passou por algumas tentativas. A primeira delas foi em 2015. “Não deu certo porque tínhamos culturas muito diferentes”, afirma Boussion. “Até a falta de segurança no retorno financeiro era um problema”. A partir disso, a companhia começou a passar por vários processos que a tornassem mais próximas das startups.

Em 2017, a Edenred contratou uma consultoria para ajudar nessa integração, o que ajudou na mudança comportamental dentro da companhia. “Nesse cenário, a cultura interna é tão importante quanto o dinheiro”, diz. Foram criados programas de aceleração, parceria com universidades e o refeitório foi transformado em um coworking.

A WeHealth, do grupo Servier, passou pelo mesmo processo. Segundo Compagnon, líder de estratégia e inovação da empresa, foi criado um projeto para que os colaboradores participassem mais das novas ideias, o Innov’action. “É importante ter um trabalho interno de comunicação”, afirmou.

O executivo contou que o maior desafio para o grupo é que, por trabalhar com medicamentos, o ciclo de desenvolvimento dura 15 anos — enquanto para uma startup esses procedimentos são bem mais rápidos.

Rodrigues, da Thales, afirmou que a empresa já investiu cerca de 1 bilhão de euros em pesquisas e desenvolvimento. Para saber se esse investimento está tendo retorno, a companhia usa algumas métricas, como número de patentes criadas e continuidade de trabalho com as startups depois dos programas de aceleração. “A inovação é um sistema de colisão positiva”, disse. “Mas é um desafio fazer esse matchmaking”.

Premiação

Além do painel, o evento contou com a premiação de startups francesas e brasileiras que apresentaram pitches. Entre as francesas a ganhadora foi a Mirakl, um desenvolvedor de software de comércio eletrônico. No Brasil, destacou-se a Robô Laura, uma inteligência artificial para a área da saúde.

Para o negócio francês, o prêmio foi um mês de incubação na Invest SP e passagem de ida e volta para São Paulo. Para a brasileira, um mês de incubação no Paris&Co, uma semana no Le Village by Crédit Agricole, passagem de ida e volta para França e bolsa Integral de estudos de um semestre no curso regular de francês na Aliança Francesa.
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