Ricardo Lourenço, 51, CEO da Organon | Créditos: Divulgação/Foto de Leandro Godoi

Ricardo Lourenço, 51, CEO da Organon

 

Empresa se tornou independente da farmacêutica MSD há menos de 1 ano; tem o público feminino como alvo

 

by LAIS CARREGOSA | PODER360

 

Independente da farmacêutica MSD há menos de 1 ano, a Organon fechou 3 aquisições no 2º semestre de 2021. Todas de produtos em desenvolvimento voltados para o público feminino. “Estamos vendo de novo se descortinar um véu sobre inovação, tecnologia e atenção a determinadas condições que são exclusivas ou parcialmente exclusivas à mulher”, disse ao Poder360 o CEO da companhia no Brasil, Ricardo Lourenço.

A Organon herdou da MSD mais de 60 marcas já consolidadas, suas geradoras de caixa. Na área de pesquisa e desenvolvimento, tem investido em produtos voltados para condições não atendidas ou parcialmente atendidas na saúde da mulher, afirma Lourenço.

Em 2023, a companhia pretende comercializar no Brasil um dos dispositivos adquiridos, que tem o objetivo de reduzir a taxa de mortalidade pós-parto. Quer fechar negócio com os segmentos privado e público. “É uma situação que não escolhe classe”, diz o executivo.

 

 

Abaixo, leia trechos da entrevista:

 

PAPEL ESTRATÉGICO DO BRASIL

A Organon Brasil está entre as 10 maiores subsidiárias da organização global. A gente tem um papel de destaque por várias razões, somos um país grande, com população extensa, com a saúde da mulher que merece uma atenção maior do que vem tendo, mas também temos o 2º maior mercado de contracepção do mundo, por exemplo.

QUALIDADE DA INFORMAÇÃO SOBRE CONTRACEPÇÃO

Não acho que foi uma falha [de políticas públicas]. que faltou foi talvez uma atitude coletiva de disponibilizar informação de qualidade de uma maneira mais horizontal a toda a população. A gente sabe que tem bastante informação disponível, por exemplo, em redes sociais. Existe espaço para melhorar a qualidade da informação que está disponível, mas uma das pesquisas que a gente fez mostra que em populações que têm uma maior restrição econômica, a primeira fonte de informação sobre contracepção é o médico e não a rede social. Isso porque ela [a mulher] está inserida num contexto social em que a contracepção não era um fato, ela busca um médico e tem alguma dificuldade, porque a saúde, de maneira geral, prioriza a mulher que já está gestante. Então a mulher não consegue chegar a uma informação de qualidade quando ela precisa, ou seja, antes dela se tornar uma gestante. A gente entende que tem caminho, sim. Eu particularmente acredito que a educação sobre a prevenção da gravidez na adolescência pode começar mais cedo e eu acho que isso pode ajudar bastante a melhorar os nossos índices de gestações não planejadas. 

IMPACTOS DA PANDEMIA

A indústria farmacêutica no Brasil é um segmento bastante resiliente, não há os altos e baixos que a gente vê com frequência em países em desenvolvimento. Então eu diria que a indústria farmacêutica manteve os seus níveis e o seu ritmo de crescimento com a velocidade que era prevista, mesmo ao longo da pandemia. 

GUERRA NA UCRÂNIA

Toda essa ação que está acontecendo nos últimos dias sem dúvida nenhuma tem impacto na inflação para todos os países. Tem impacto no incremento de custos de combustível, o custo de gás. Isso vai impactar indiretamente o setor agropecuário, vai impactar o setor logístico. Toda essa situação não é diferente para a indústria farmacêutica.

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