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(Brian Snyder/Reuters)

O sistema funciona dentro dos centros de atendimento da Amazon

por Brian Snyder/Reuters

A Amazon demite funcionários por meio de um software que mede produtividade, de acordo com informações reveladas pelo site The Verge. Documentos obtidos pelo site mostram que demissões por produtividade são muito mais comuns do que se imagina.

O sistema funciona dentro dos centros de atendimento da Amazon, armazéns onde os funcionários rastreiam, embalam e classificam cada pedido antes de enviá-lo para o consumidor.

Em uma carta assinada pela empresa no ano passado, um advogado que representa a Amazon afirma que a varejista demitiu "centenas" de funcionários em uma única instalação entre agosto de 2017 e setembro de 2018 por não cumprir as cotas de produtividade por meio desse software.

Um porta-voz da empresa disse que, ao longo desse tempo, cerca de 300 funcionários foram demitidos por ineficiência.

"O sistema da Amazon monitora as taxas de produtividade de cada funcionário individualmente e gera automaticamente avisos ou desligamentos relacionados a qualidade ou produtividade sem a contribuição dos supervisores", de acordo com a carta. A Amazon alega que os supervisores podem substituir o processo.

O número de demissões representa uma parte substancial dos trabalhadores da instalação: o centro de atendimento que fica em Baltimore, no estado de Maryland, por exemplo, conta com cerca de 2.500 funcionários em tempo integral atualmente, de acordo com um porta-voz da empresa.

Assumindo esse número como uma média, isso significa que, ao demitir 300 funcionários por ano, a Amazon estava despedindo mais de 10% da sua equipe anualmente, apenas por razões de produtividade.

Nos EUA como um todo, a empresa opera mais de 75 centros de atendimento com mais de 125 mil funcionários em tempo integral.

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A Amazon afirma que a reciclagem é parte do processo para manter funcionários que entregam resultados e que só muda as metas quando mais de 75% dos trabalhadores em uma instalação estão alcançando as atuais.

Mas segundo a empresa, do total de funcionários de cada centro de distribuição, os 5% que não atingirem suas metas são colocados em um plano de treinamento.

“Em geral, o número de desligamentos de funcionários diminuiu nos últimos dois anos", afirmou um porta-voz da empresa. A Amazon não deu detalhes sobre a taxa atual de rescisões.

Críticos veem esse sistema como uma máquina que só enxerga números e não pessoas.

"Uma das coisas que ouvimos consistentemente dos trabalhadores é que eles são tratados como robôs, porque são monitorados e supervisionados por esse sistema da empresa", diz Stacy Mitchell, codiretora do Institute for Local Self-Reliance (ILSR), organização sem fins lucrativos que fornece assistência técnica às comunidades, e crítica da Amazon.

Segundo relatos ao site, os trabalhadores dessa área enfrentam condições extenuantes: "são pressionados a 'ganhar dinheiro', embalando algumas centenas de caixas por hora, e podem perder o emprego se não fizerem suas tarefas rápido o suficiente".

O sistema chega ao ponto de rastrear o “tempo de folga”. Alguns funcionários das instalações disseram que evitam até ir ao banheiro para manter seu tempo de trabalho alinhado às expectativas. Isso porque o sistema monitora esse tempo de “inatividade” e gera automaticamente avisos e, eventualmente, o funcionário pode ser demitido.

Os trabalhadores já se posicionaram sobre esses padrões rígidos de produtividade da empresa. No ano passado, trabalhadores imigrantes da África Oriental que trabalham em uma instalação no estado de Minnesota organizaram protestos contra a empresa, dizendo que o tempo que tinham para pausas durante o expediente não era suficiente, incluindo para orações.

Fonte: Signa Info com Infomoney

 

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Joni Mengaldo

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