Com foco digital, InvestFarma faz nova aquisição

Valor Econômico 
Jornalista: Raquel Brandão

10/09/20 - De olho no varejo on-line, a InvestFarma, dona das bandeiras Poupafarma, DM e Drogaria Estação, acaba de formalizar a compra da FarmaDelivery, uma das dez maiores empresas independentes de vendas on-line de medicamentos e cuidados pessoais. A transação foi submetida ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) na semana passada e está em processo de revisão. O valor não foi divulgado.

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A InvestFarma foi lançada em 2018 pelo grupo de investimentos Stratus com objetivo de consolidar redes de drogarias. Até agora, a empresa atua somente com lojas físicas e aposta na incorporação da FarmaDelivery para entrar no varejo farmacêutico on-line, cuja participação nas vendas totais saltou de 1% para 7%, segundo dados da consultoria Iqvia.

“Nos concentramos primeiro no físico, em fazer reformas das lojas. Agora complementamos nosso plano com o comércio on-line, já com abrangência nacional”, disse Marcelo Vienna, presidente da InvestFarma. Com a transação, a empresa espera que seu faturamento médio de R$ 500 milhões por ano cresça até 50% em 2021.

A operação da companhia está concentrada especialmente na região metropolitana de São Paulo e Baixada Santista. Já a FarmaDelivery faz entregas em todos os Estados. A expansão de lojas físicas para os Estados em que a FarmaDelivery têm suas principais atividades, em especial no Sul e Sudeste, faz parte do plano estratégico da empresa para ampliar os multicanais. Mas isso só deve ocorrer em cerca de cinco anos.

Para os próximos dois a três anos, o plano é ampliar as operações da InvestFarma nos municípios paulistas. Para Vienna, essa é umas das diferenças da estratégia de consolidação da InvestFarma quando comparada à tentativa frustrada do BTG Pactual com a Brasil Pharma, há dez anos.

“Lá atrás, eles tinham um plano de operações espalhadas pelo Brasil. Aqui, a gente está começando de uma forma diferente, baseado em São Paulo”, argumenta o executivo. Ele acrescenta que o grande foco está em convergir as operações das lojas físicas na bandeira da Poupafarma e em explorar diversos canais complementares. “Não somente o comércio on-line, mas também televendas, delivery e convênios que nunca foram explorados como estamos fazendo.”

Esses canais adicionais foram essenciais, disse o gestor, para que o impacto do isolamento social na pandemia da covid-19 não fosse negativo para as bandeiras da InvestFarma. “Nossas lojas do centro da cidade sofreram muito e as lojas de bairro cresceram muito e capturamos bastante oportunidade de entregas das televendas. Mas não conseguimos justamente capturar as oportunidades aceleradas do comércio on-line.”

Se aprovada a compra da FarmaDelivery, o executivo espera que a empresa possa aproveitar a mudança de hábito dos consumidores.

Apesar da volta do interesse do setor pelo mercado de ações, como as ofertas públicas da d1000 e da Pague Menos, Vienna disse que a abertura de capital ainda não é prioridade da companhia, que dispõe de outras fontes de crédito para seu plano de consolidação.

Atualmente, segundo levantamentos de associações e consultorias do setor, existem 80 mil farmácias no país, sendo a maioria independente. “Há muito espaço para consolidação. As empresas da bolsa, por exemplo, detêm apenas 5% do mercado. E até mesmo a pandemia se mostrou uma oportunidade imobiliária para expansão e abertura de lojas”, disse Vienna.

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