Cosméticos – Consumo de itens de alto valor aumentará

Setor de HPPC cresce 3,9% e atinge R$ 116,8 bilhões em 2019 - ABRE

As perspectivas do setor de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos apontam para o aumento do consumo de produtos de alto valor.

Nos próximos cinco anos, a maior demanda será de itens que tenham atributos os quais o comprador reconheça como importantes.

As projeções dão conta de que conceitos relativos à sustentabilidade e à promoção da saúde e do bem-estar estarão em alta.

Segundo Natalia Crestani, diretora de Client Sucess – Latam, da Mintel, uma das principais tendências diz respeito à valorização do clean beauty.

Não há um consenso sobre o significado exato do conceito, porém para o consumidor a ideia alude a produtos 100% naturais/orgânicos e sustentáveis.

Ela explicou que, em relação a esse último item, o brasileiro valoriza muito a questão do uso do material reciclado na embalagem.

Dados da Mintel dão conta de que a cada dez consumidores (latino-americanos) três consideram questões relacionadas à preservação do meio ambiente relevantes na hora da compra.

Outro grande mercado será o de produtos que ofertem como atributo algo que auxilie o consumidor a relaxar e promova a ideia de saúde e bem-estar, a exemplo dos óleos essenciais.

Uma das categorias que tende a se beneficiar é a de produtos para o banho. Aliás, ocorreu um fato inédito: 25% dos brasileiros optaram pelo sabonete líquido em detrimento do formato em barra, durante a pandemia.

Segundo Natalia, 70% dos brasileiros compraram itens de banho para eliminar vírus e germes, e 39% daqueles que tiveram de trabalhar na pandemia buscaram produtos para relaxar no dia a dia. Sobre isso, Natalia fez uma ressalva.

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Natalia Crestani, diretora de Client Sucess – Latam, da Mintel

Para ela, não é necessário que esses itens sejam premium. ‘É possível ter esses atributos em produtos massificados’, observou.

O consumo de produtos de cuidados com a pele também tende a avançar.

O mercado se abriu para formulações de limpeza profunda, sobretudo no que tange àquelas voltadas para o tratamento de acnes.

Um dos motivos pelos quais essa demanda se intensificou diz respeito ao fato de que o problema está diretamente ligado a fatores emocionais, no caso, ao estresse vivenciado durante a pandemia.

‘Produtos específicos para grupos específicos de consumidores são a tendência’, disse. A Mintel diagnosticou, por exemplo, que os nichos de pessoas com cabelos enrolados e de pele preta tendem a se confirmar como grandes oportunidades para a indústria.

‘Esse mercado não está saturado’, afirmou.
No caso do segmento hair care, outra tendência se refere à oferta do efeito do salão de beleza pelo produto de uso doméstico.

Com a pandemia, 23% dos brasileiros passaram a gastar mais com cuidados capilares para ter este resultado, segundo Natalia.

O consumidor também tem dado mais importância a produtos multifuncionais.

Natalia contou que deve aumentar a demanda por itens minimalistas e por aqueles capazes de oferecer mais de um benefício, sendo mais convenientes.

Outra tendência se refere ao aumento da procura por soluções tecnológicas, seja na forma de melhorias na experiência de uso ou em inovações no ato da compra.

Ela citou como exemplos aplicativos que escaneiam a pele identificando os melhores produtos para o tratamento e o Código QR, respectivamente.

Esses dados foram apresentados por Natalia em webinar realizado no início de junho, com a parceria da Abihpec – Associação Brasileira de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos.

O Setor
O setor de HPPC teve uma alta de 5,7% em vendas ex-factory nos primeiros quatro meses do ano, em relação ao mesmo período de 2020, segundo o Painel de Dados de Mercado da Abihpec.

Um destaque ficou por conta do segmento de perfumaria. A categoria cresceu 22%.

Essa alta não é de hoje. No primeiro trimestre do ano, a categoria já apresentava aumento nas vendas da ordem de dois dígitos, ‘deixando clara a cultura do brasileiro de se perfumar para o bem-estar próprio’, afirmou João Carlos Basilio, presidente-executivo da entidade.

Os produtos de cuidados com a pele também apresentaram desempenho positivo.

A subcategoria de hidratantes corporais cresceu 40%, enquanto a de produtos anti-acne, 28% e a de tônicos faciais, 23%, em valor de vendas ex-factory, nos primeiros quatro meses do ano, em relação ao mesmo período de 2020.

Os itens de higiene pessoal, por sua vez, tiveram alta de 11,4% em vendas ex-factory.

Esse desempenho foi puxado por produtos relacionados ao banho, como os sabonetes, cujas vendas cresceram 23%. Outras categorias também se destacaram.

Os itens voltados ao tratamento capilar tiveram aumento nas vendas de 18%, enquanto os de ‘maquiagem para as unhas’, de 8,7%.

Para Basilio, a expansão do setor tende a ser maior no decorrer do ano, por conta da vacinação em massa contra a Covid-19.

Dados da Mintel corroboram a fala do executivo. Para Natalia, até o final de 2021, haverá uma abertura gradual do consumo, mas a demanda só voltará aos patamares pré-pandêmicos entre 2022 e 2025.

No período, as tendências outrora anunciadas, como o aumento da procura por produtos sustentáveis, estarão ainda mais fortes.

Fonte: News Quimiweb

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