A maioria dos testes de medicamentos é realizada em laboratórios esterilizados de hospitais, universidades ou clínicas. A Vanda Pharmaceuticals decidiu que um barco no Oceano Pacífico poderia trazer melhores resultados. Não por uma questão de relaxamento. Na verdade, o motivo é exatamente o oposto. A farmacêutica queria que os participantes do teste sentissem enjoo.
A Vanda, uma pequena biofarmacêutica com sede em Washington, completou a segunda fase de testes clínicos de um medicamento para enjoo que possa competir com o dramamine, líder do setor. Para o teste, a empresa enviou 126 pessoas com histórico de enjoo em navios ao largo da costa de Los Angeles, sendo que algumas receberam o medicamento tradipitant para enjoo da empresa e outras, placebo. No geral, o estudo produziu resultados positivos, segundo a empresa: 40% das pessoas que tomaram placebo vomitaram, em comparação com apenas 17,5% entre as que tomaram o medicamento.
Em condições de mar agitado, o novo medicamento se saiu ainda melhor, com ocorrência de vômitos em mais de 72% do grupo de placebo em comparação com quase 16% para as pessoas tratadas com o medicamento tradicional. Segundo a Vanda, os enjoos causados por movimento afetam cerca de 30% dos passageiros. Acredita-se que a causa seja um descompasso entre o movimento visto e o sentido.
Entre 2 e 3 milhões de doses do dramamine, fabricado pela Prestige Consumer Healthcare, são compradas todos os meses nos Estados Unidos, segundo dados da Iqvia citados pela Vanda. Ainda não se sabe a empresa irá para alto mar no curto prazo, mas a farmacêutica trabalha numa terceira fase de testes para o medicamento. A Vanda pretende pedir aprovação para comercializar o remédio em 2020.
Fonte: UOL
Comentários