A Hypera Pharma em 2020: Corinthians, aquisições e alta nos lucros | Exame

O Goldman Sachs pontua que a companhia estima uma receita líquida 3% acima das projeções do banco


Por Ana Luiza de Carvalho, Valor

A Hypera Pharma está com projeções positivas e acima da média de mercado para 2021, segundo o Goldman Sachs. A farmacêutica realizou na última-sexta o evento virtual Hypera Investor Day.

O Goldman Sachs pontua que a companhia estima uma receita líquida 3% acima das projeções do banco. O lucro líquido esperado pela Hypera neste ano está 12% acima das projeções do banco e 9% acima do consenso do mercado.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado apontado pela Hypera está 6% acima do estimado pelo Goldman Sachs e ficou 5% além do consenso do mercado. Já a margem Ebitda implícita está 0,7 ponto percentual acima do estimado pelos analistas do Goldman.

Os analistas Irma Sgarz, Felipe Rached e Chandru Ravikumar destacam que a Hypera tem como prioridades a desalavancagem da companhia, que deve ser “relativamente rápida” segundo o banco e recuar de 3,6 vezes a relação da dívida sobre Ebitda para 2,4 vezes.

“Embora a administração da companhia não exclua a possibilidade de realizar mais fusões e aquisições nos próximos anos, espera-se que o crescimento da Hypera seja impulsionado principalmente pelo pipeline de produtos”, afirmam os analistas.

Com R$ 6,2 bilhões de faturamento em 2020, a Hypera Pharma saltou duas posições no ranking da indústria farmacêutica brasileira ao ultrapassar Eurofarma e Sanofi. Agora, o alvo é a EMS. Para chegar à liderança em três anos, a companhia aposta no investimento de R$ 350 milhões em medicamentos inovadores e inicia uma nova fase do programa de conexão com startups.

Ao todo, 250 produtos compõem o pipeline de novos projetos da companhia. “São medicamentos com potencial para movimentar R$ 2,7 bilhões nos próximos cinco anos”, comenta Adalmario Couto, CFO e head de inovação. O foco desses lançamentos é o varejo farmacêutico e os cerca de 65 mil pontos de venda atendidos pela Hypera Pharma.

Os medicamentos de prescrição (Rx) estão entre as principais plataformas de expansão, com projeção para aumentar em R$ 500 milhões a receita anual. Um dos carros-chefes será a extensão da linha Alektos, anti-histamínico oral para crianças a partir de seis anos e que integra o portfólio recém-adquirido da Takeda.

A empresa ainda promete novidades no segmento de OTC, que hoje representa a maior fatia dos negócios – 34%. “Entre as futuras linhas está a Blumel, considerada a primeira marca voltada essencialmente ao tratamento de gripes e resfriados infantis; e o probiótico GeFlora para o cuidado com a flora intestinal”, antecipa o executivo.

Genéricos e vitamínicos

Dois segmentos com maior evolução percentual em 2020 também estão no radar de inovação da Hypera Pharma. Só na categoria de genéricos, a farmacêutica prevê 17 lançamentos, com destaque para o Zolpidem sublingual, para o combate à insônia. “Temos condições de dobrar o faturamento dessa área, que hoje responde por 19% do volume de negócios”, informa. A divisão de vitamínicos, que faz parte do portfólio da Neo Química, ganhará uma versão da vitamina C efervescente + zinco e do Addera D3.

Para alicerçar esses investimentos, a empresa está trazendo equipamentos para a expansão das unidades de vitaminas e sólidos e construindo uma nova fábrica de medicamentos estéreis. O centro de inovação baseado em Alphaville, na Grande São Paulo, também deve receber novos aportes. Parte desses recursos será viabilizada com a venda do CD de Goiânia, que estava locado a terceiros. A negociação, pelo valor de R$ 231 milhões, foi comunicada aos acionistas no dia 8 de abril.

Conexão com startups
Ao lançar o HyperaHub, no fim de 2019, a Hypera Pharma projetava atrair startups para sanar as dores de cabeça da indústria e aprimorar seu relacionamento com toda a cadeia farmacêutica. Mas a pandemia tornou a iniciativa ainda mais relevante. Não à toa, mais de 203 jovens empresas oficializaram interesse em aderir ao programa de incentivo e aceleração. E agora, a farmacêutica abriu uma segunda rodada.

Desse total, nove já estão inseridas no ecossistema da companhia, entre elas a Beegol, solução de análise de dados sobre mix de produtos voltada ao pequeno varejo. “Em um ano, aumentamos em 50% o grupo de farmácias independentes na nossa base”, ressalta Vivian Angiolucci, diretora de inovação responsável pelo HyperaHub.

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