Infectados ficam mais tempo

Infectados ficam mais tempo ( Correio Braziliense )

Jornalista: Indefinido

09/03/21 - Além de um aumento no número de pacientes mais jovens (abaixo dos 60 anos) com covid-19 nas Unidades de Terapia Intensiva, autoridades e especialistas apontam um aumento no tempo de internação –– o que ajuda a explicar, também, a alta taxa de ocupação de UTIs que temos visto em vários estados brasileiros. Na última quarta-feira, o ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde e atual coordenador-executivo do Centro de Contingência da covid-19 em São Paulo, João Gabbardo, sugeriu que o aumento da taxa de ocupação se dá justamente pela maior quantidade de pessoas de uma faixa etária mais baixa.

“Essas pessoas conseguem resistir mais ao enfrentamento do vírus e, por consequência, ficam mais tempo internadas. Os leitos não estão rodando na mesma velocidade, e isso está ocasionando em um acúmulo de pacientes”, afirmou.

O diretor científico da Sociedade de Infectologia do Distrito Federal, José Davi Urbaez, afirma que a pessoa com menos de 60 anos têm mais “reserva fisiológica” para combater o vírus. Assim, o organismo consegue contornar os ataques sofridos pelo agente infeccioso, chegando a um esgotamento completo mais tardiamente –– diferentemente dos idosos, que não têm mais essa reserva.

Urbaez ressalta que se tem visto nas UTIs um aumento de cerca de cinco dias no tempo de uma internação. Segundo o médico, essa observação é inicial e pode estar relacionada ao fato de haver poucos leitos disponíveis e à demora para conseguir uma vaga. Com isso, desenvolve um quadro mais grave antes de entrar na unidade e, por isso, permanece mais tempo.

O secretário de Saúde do estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn, disse que a pandemia retornou com “uma velocidade e uma característica clínica diferente” da primeira onda. Ele destaca que são pacientes mais jovens, muitos sem qualquer comorbidade, que chegam às unidades com uma gravidade nas condições clínicas. Conforme ressaltou, se antes 40% desses pacientes ocupavam as UTIs, e 60% estavam nas enfermarias, esse cenário se inverteu.

O tempo de permanência nas unidades também preocupa, visto que, conforme Gorinchteyn, essas pessoas mais novas passam mais tempo internadas. “Tínhamos antes média de sete a 10 dias de internação. Agora, está em 14 a 17 dias de internação, no mínimo”, explicou.

Enviar-me um e-mail quando as pessoas deixarem os seus comentários –

DikaJob de

Para adicionar comentários, você deve ser membro de DikaJob.

Join DikaJob

Faça seu post no DikaJob