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Casal caminha lado a lado na praia do Leblon, no Rio, em meio ao surto do novo coronavírus Imagem: SERGIO MORAES/REUTERS

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Um estudo realizado pelo Instituto Pasteur e pelo Hospital Universitário de Estrasburgo, no nordeste da França, mostrou que um mês após terem sido contaminados pelo novo coronavírus, pacientes mantiveram anticorpos contra a doença. Os resultados da pesquisa, divulgados hoje, analisaram a imunidade de 160 profissionais do setor da saúde infectados pela covid-19.

Segundo o estudo, todas as pessoas analisadas desenvolveram sintomas leves do coronavírus e não precisaram de hospitalização. Um mês após terem sido contaminadas, a presença de anticorpos no organismo dos participantes da pesquisa foi incontestável: 159 entre os 160 profissionais da saúde estudados apresentaram imunidade contra a doença.

"Mais interessante, procurávamos anticorpos neutralizantes sobre os quais sabemos que protegem contra, por exemplo, uma reinfecção. Assim, a partir de um mês da contaminação, eles foram detectados em 98% das pessoas infectadas pela Sars-CoV-2", afirmou em entrevista à rádio France Inter o professor Arnaud Fontanet, do Instituto Pasteur, que dirigiu o estudo.

A observação foi confirmada pelo professor Olivier Schartz, diretor da unidade de Virologia e Imunidade do Instituto Pasteur. "Em primeiro lugar, a taxa de anticorpos aumenta ao longo do tempo e esses anticorpos também têm uma atividade que chamamos de neutralizante nos testes de cultura celular. Isso quer dizer que esses anticorpos são capazes de inibir, de bloquear a multiplicação do vírus. Além disso, observamos uma tendência ao aumento ao longo do tempo desta atividade neutralizante", afirmou o especialista em entrevista à France Info.

Proteção contra uma nova infecção


Para Fontanet, não há dúvidas sobre a imunidade dos infectados que desenvolveram formas leves da doença. "O fato de terem anticorpos protetores um mês após o início dos sintomas, deixa a entender que, muito provavelmente, eles estão protegidos contra uma nova infecção se forem expostos novamente ao coronavírus", avalia.

Segundo Schwartz, essa proteção contra a Covid-19 pode durar de "algumas semanas a alguns meses". "Já sabemos, por exemplo, que nos contaminados pelo Sars que foram isolados na Ásia em 2003, particularmente em Hong Kong, os anticorpos podiam durar até dois anos", reitera.

Para confirmarem a imunização observada, todos os participantes do estudo passarão em breve por novos testes. No entanto, os pesquisadores ressaltam que esses resultados dizem respeito a pacientes que desenvolveram formas leves do coronavírus. Os resultados são diferentes para pessoas com sintomas graves.

"As pessoas que desenvolvem infecções mais graves e que são hospitalizadas foram analisadas em outra pesquisa que realizamos. Vários estudos já mostram que nesses casos há mais anticorpos que aparecem e de forma mais precoce", afirma Schwartz.

Já para os assintomáticos, o quadro ainda é desconhecido. "Acreditamos que entre 20% e 40% dos indivíduos que foram contaminados sem mesmo se darem conta. Então, é muito importante agora caracterizarmos nessas pessoas assintomáticas a quantidade de anticorpos que desenvolveram e se eles têm a mesma função neutralizante", conclui o especialista.

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