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Valor Econômico
Jornalista: Gleise de Castro


24/07/20 - O impacto da pandemia do novo coronavírus acelerou o desenvolvimento de uma série de inovações que estavam sendo gestadas na área da saúde, impulsionadas, principalmente, pela tecnologia digital. Novas ferramentas e novas abordagens otimizam desde a gestão de suprimentos e o trabalho de equipes hospitalares até as pesquisas da indústria farmacêutica. Já recursos como telemedicina e realidade virtual permitem compartilhar informações e atender pacientes à distância.

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O senso de urgência favoreceu a criação de um intenso ambiente de inovação, abrindo espaço para as healthtechs, startups de tecnologia em saúde. É o caso da MedRoom, especializada em ferramentas de ensino com realidade virtual, que desenvolveu um programa de treinamento de profissionais de saúde para atuação em UTI, em parceria com o Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

O treinamento, que começou de forma presencial em uma estação de realidade virtual no Incor, no início do ano, precisou se adequar rapidamente ao distanciamento social. “Aceleramos o desenvolvimento de um aplicativo, para incluir o treinamento a distância”, afirma Sandro Nhaia, CTO da MedRoom. O projeto tornou-se híbrido, parte presencial, com realidade virtual, e parte online, via telemedicina, acessível por celular, tablete ou computador.

Idealizada pela divisão de pneumologia e UTI respiratória do Incor, a TeleUTI visa capacitar médicos, enfermeiros e fisioterapeutas no manejo de pacientes de covid-19, com base em protocolo de procedimentos desenvolvido pelo Incor e Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, incluindo a correta execução de ventilação mecânica. A ideia nasceu com um grupo de especialistas do hospital na crise da H1N1, a gripe suína, de 2009. O objetivo do projeto, iniciado em 2017, era criar uma rede especializada de UTIs públicas para atender a uma futura epidemia com casos respiratórios graves.

“A covid-19 nos atropelou e aceleramos o projeto”, diz o médico Carlos Carvalho, diretor da divisão de pneumologia do Incor e coordenador da TeleUTI. Foram montadas aulas tutoriais, disponíveis nos portais do HC e da Secretaria da Saúde. Até o começo de julho, mais de 100 mil pessoas já haviam assistido aos tutoriais e a rede contava com 15 hospitais, com 600 leitos de UTI monitorados pela UTI respiratória do Incor e mais de 1.600 atendimentos.

Utilizando a telemedicina, a Vittude desenvolveu o serviço de psicoterapia on-line por meio de aplicativo que conecta psicólogos e pacientes. A rede de 5.500 psicólogos no Brasil, que atendem 130 mil pacientes brasileiros em todos os continentes, conta com um consultório virtual 100% criptografado, seguindo os protocolos internacionais de privacidade. A healthtech atua também no mercado corporativo, com o Vittude Corporate, que atende funcionários de 70 empresas.

“O serviço ganhou impulso com a pandemia, as empresas estão priorizando a saúde mental dos funcionários”, diz Tatiana Pimenta, fundadora e CEO da Vittude. Desde o início da pandemia o faturamento da startup cresceu 350% e a procura pelo Vittude Corporate aumentou 500%.

Especializada em cuidados virtuais de saúde, com 50 mil médicos cadastrados, uma carteira de 100 milhões de vidas em 175 países, a Teladoc Health realiza 70 mil atendimentos por mês no Brasil. O aplicativo de telemedicina da empresa, lançado em maio no país, já alcançou 4 mil downloads de consumidores finais. Conta também com 500 mil vidas de empresas e operadoras de saúde. A expectativa é chegar a 3 milhões de vidas no país até o fim do ano e a 10 milhões em 2021.

“A consulta por telemedicina é uma commodity hoje, não nos concentramos só nisso”, afirma Jimmy Ayoub, diretor de inovação e produtos da Teladoc no Brasil. O serviço permite conduzir todo o processo de atendimento, por meio de parcerias integrando laboratórios, unidades de saúde e seguradoras.

Já o Hospital Israelita Albert Einstein inovou ao adaptar a tecnologia NGS de sequenciamento genético, utilizada para identificar doenças ou mutações genéticas, e criou o primeiro exame genético do mundo para detecção do Sars-Cov-2. Com acurácia equivalente à do método RT-PCR, a técnica é mais eficiente e capaz de analisar até 16 vezes mais amostras por processamento e constitui uma opção viável de testagem em massa, explica o médico Eliezer Silva, diretor superintendente de medicina diagnóstica e ambulatorial do Einstein. “O investimento não foi alto, cerca de R$ 300 mil, porque já detínhamos a tecnologia”, afirma Silva.

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