Valor Econômico
Jornalista: Ana Paula Machado
26/08/20 - A Libbs Farmacêutica está perto de iniciar a venda de biossimilares para o Ministério da Saúde. Segundo a diretora de relações institucionais da companhia, Márcia Martini Bueno, a empresa tem dois medicamentos biológicos com registros junto a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e já iniciou o processo para as entregas públicas.
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Segundo a executiva, atualmente a Libbs tem o registro da Parceria para Desenvolvimento de Produtos (PDPs) para produtos biológicos, para bevacizumabe, rituximabe, trastuzumabe, adalimumabe, palivizumabe e etanercepte. “Já temos os registros para o rituximabe, o adalimumabe e o trastuzumabe, sendo que os dois primeiros já enviamos, no fim de junho, todos os documentos para o início das vendas para o SUS (Sistema Único de Saúde). Esperamos que até o fim deste ano já iniciemos as primeiras vendas”, disse a diretora.
O rituximabe, usado no tratamento de câncer hematológico, é o primeiro biossimilar produzido na fábrica da Libbs em Embu das Artes, na região metropolitana de São Paulo. Segundo a executiva, o medicamento biológico obteve registro da Anvisa no ano passado e, a partir daí, a companhia iniciou as vendas para o mercado privado.
A unidade pode produzir 400 quilos de medicamento por ano, em três espaços de produção. Hoje, a Biotec opera em somente um e fabrica em torno de 125 quilos, por enquanto, apenas do rituximabe. “Ainda não temos nada no setor público, o SUS é o maior comprador. Se não tivéssemos a perspectiva da compra pública da PDP, não teríamos investido tanto”, afirma.
Márcia acrescentou que de 2013 até agora, a Libbs investiu R$ 611 milhões com a construção da fábrica e todo o processo da PDP, incluindo os estudos clínicos e a transferência de tecnologia. A estimativa, segundo ela, é que até 2025 sejam gastos mais R$ 350 milhões nas PDPs da companhia. “É importante seguir uma política pública e trazer inovação para o Brasil. O biossimilar reduz preço, aumenta o acesso e se provaram tão seguros e eficazes como os medicamentos originadores”, disse a executiva.
Prova de que o biossimilar traz redução de custos para o mercado, conforme a diretora, é que o preço do medicamento de referência do rituximabe, teve seu preço reduzido em 22%, considerando todas as apresentações do medicamento. “Temos três PDPs aptas a comercialização no país. Iniciamos o pedido de registro de mais um ainda neste ano”, afirmou a executiva.
Segundo ela, a Libbs deu a entrada para os pedidos de registro para o Bevacizumabe indicado para tratamento de câncer de pulmão. “O estudo clínico fase 3 já foi encerrado e o medicamento será submetido ao aval da Anvisa nos próximos meses.”
Márcia ressaltou que todas as seis PDPs da farmacêutica têm como parceiro público o Instituto Butantan. Segundo ela, é importante nessa parceira a transferência de tecnologia para o setor público. “Ainda não temos mais fluidez nas aquisições desse tipo de medicamento, poderíamos ter muito mais plataformas como essas. O país precisa ter produção local de fármacos estratégicos, ter plataformas que produzam classes importantes e, acima de tudo, ter absorção de tecnologia.”
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