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O mercado de trabalho virou de ponta-cabeça em março de 2020. De lá para cá, a pandemia de Covid-19 exigiu mudanças de hábitos e o home office se mostrou funcional, mas também desafiador.

Agora, com o avanço da vacinação, o cenário pós-pandemia e a retomada dos modelos tradicionais de trabalho voltaram a ser debatidos pelos empresários. Inclusive, o tema foi o centro da live promovida pela Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação (Assespro-PR), que teve Ricardo Calizotti, diretor da entidade, também sócio e diretor de Relacionamento da Inside Sistemas, como moderador.

“O home office foi necessário e o pós-vacina nos levará à análise necessária se este modelo permanecerá sendo seguido. É um grande desafio, uma vez que envolve também questões legais, que ainda são obstáculos”, disse o presidente da entidade, Lucas Ribeiro.

Na medida em que a imunização acontece, os empresários vão definindo as estratégias de retomada. O modelo híbrido, formato com intervalos de permanência na empresa e em casa, é preferido pela maioria dos empresários e colaboradores, segundo pesquisas. Levantamento da consultoria de recrutamento Robert Half, por exemplo, mostra que 92% dos colaboradores são favoráveis ao formato. Estimativa qualitativa feita pela Associação de Marketing Promocional (Ampro) afirma que 56,7% das empresas esperam aderir ao modelo híbrido após a vacinação.

“Quando a pandemia chegou, rapidamente todos os nossos colaboradores adotaram o regime de home office. Objetivamos, inclusive, mudar para uma sede menor, com apenas 300 metros quadrados, seguindo o modelo híbrido, que é o que parece ser o mais interessante”, apontou o CEO da ACOM Sistemas, empresa de tecnologia voltada ao setor de food service, Carlos Drechmer.

No ROIT BANK, accountech e fintech de Curitiba, o modelo híbrido também deverá ser adotado. “De três sedes, hoje estamos com apenas uma. Acho pouco provável que tenhamos 100% em home office, portanto, o híbrido será a solução mais eficaz”, afirma Lucas Ribeiro.

Legislação

Antes da Reforma Trabalhista de 2017, a única lei que tratava do home office era a de 2011, que previa os mesmos direitos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), mas não definia suas condições. “Há vários pontos que ainda precisam ser discutidos e isso preocupa”, comenta Camila Weingartner, Head de RH do ROIT BANK. Diante deste cenário, conforme foi pontuado na live, os empresários vêm usando de bom senso ao discutir o melhor caminho com os funcionários, evitando brechas no acordo ou problemas trabalhistas. “As boas empresas têm se esforçado para cumprir esses requisitos, e a maioria delas certamente chegará a um modelo que seja adequado”, complementa.

Experiência positiva

Camila trouxe a experiência ROIT. Colaboradores da accountech em casa recebem orientações para terem cuidado com a postura; também, cadeiras, mesas e outros materiais são fornecidos pelo ROIT BANK. Além disso, a empresa ajuda a pagar a internet da casa do funcionário.

Para cuidar do aspecto emocional, provocado essencialmente pela falta de convivência com os colegas, a empresa promove reuniões diárias com os times e, ao longo da semana/ano, há momentos para se jogar conversa fora e eventos sociais on-line, como a “pipocada” ou o happy hour das sextas-feiras.

“Além disso, todos os eventos que eram presenciais, agora são feitos de modo on-line, como festa junina, carnaval, festa de final de ano, halloween. É um desafio para o setor de Recursos Humanos, mas isso é importante para todos. A maioria gosta pela praticidade, não ter que pegar trânsito, poder estar perto da família. Sentimos que houve uma melhora na qualidade de vida dos colaboradores e na produtividade, e para a empresa, houve redução de custos”, diz Camila.

Desafios

No entanto, mais de 25% dos empregados ouvidos numa pesquisa da Workana reclamaram exatamente da falta de condições para manter o trabalho em casa. A ausência de espaço específico aparece em segundo lugar na lista de queixas, com 18,5% das opiniões.

Gerenciar a produtividade à distância também é um dos grandes desafios dos empresários, apesar dos ajustes e das inovações feitos ao longo de todo o período. Carlos Drechmer, da ACOM Sistemas, contou que teve dificuldades nos primeiros 90 dias de migração para o modelo.

“Tivemos perda de faturamento e reduzimos a jornada em 25%. Nos três meses iniciais não conseguimos medir a produtividade”, disse. Hoje, as métricas foram refinadas e já garantem um relatório mais apurado ao empregador do que o seu funcionário faz longe de seus olhos, com modelos que apontam, aos empresários, as plataformas usadas e o período de permanência nelas.

O estímulo emocional que vem dos gestores também ajuda: reuniões, videoconferências e chamadas deixam o colaborador mais à vontade para levar suas demandas, o que melhora a comunicação e pode dar bons resultados no fim do mês.

“Se a pandemia da Covid trouxe colapsos, o mercado de trabalho se esforça para caminhar em direção oposta”, finaliza Lucas Ribeiro, da Assespro-PR.

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