Mortes por câncer nos EUA caem 29% desde 1991

cancer-eua.jpg?profile=RESIZE_710xpor Matheus Moreira

Folha de S.Paulo

 

09/01/20 - A taxa de mortalidade por câncer nos EUA caiu 29% entre 1991 e 2017, segundo novo estudo da American Cancer Society (Sociedade Americana contra o Câncer). A queda foi puxada pelas mortes decorrentes de câncer de pulmão que caíram 3% ao ano entre 2008 e 2013 e 5% entre 2013 e 2017.

O estudo, publicado na revista Cancer Journal for Clinicians, revela que entre 2016 e 2017 houve a maior queda já registrada no intervalo de um ano, de 2,2%.

O câncer é a segunda principal causa de morte nos EUA, atrás apenas das doenças cardiovasculares. Em 2017, 21% das mortes no país foram causadas por algum tipo de câncer, um total de 599 mil, enquanto as doenças do coração somaram 23% das mortes (647,4 mil)

As estatísticas, porém, indicam que a situação está melhorando a longo prazo. Desde de 2008, por exemplo, a queda média anual têm sido de 1,5%. Ao todo, 2,9 milhões de mortes foram evitadas.

De acordo com o estudo, os resultados se devem ao avanço dos tratamentos, como a imunoterapia e também na detecção precoce dos tumores.

Os quatro tipos de câncer mais comuns no país tiveram queda na taxa de mortalidade: pulmão, colorretal, mama e próstata. Cerca de 146 mil pessoas morreram em decorrência de câncer de pulmão e brônquios, enquanto colorretal teve um total de 52,4 mil. Já mama e próstata somaram, respectivamente, 42 e 30,8 mil.

No caso do câncer de pulmão, responsável por metade das mortes americanas por câncer, a queda entre os homens (1990 - 2017) foi de 51%, já entre as mulheres (2002 - 2017) foi de 26%.

“As diferenças refletem padrões históricos no uso do tabaco, onde as mulheres começaram a fumar em grande número muitos anos depois dos homens e foram mais lentas em parar de fumar”, diz o estudo.

O câncer de mama matou 40% menos mulheres entre 1989 e 2017, enquanto o câncer de próstata caiu 52% entre 1993 e 2017. A mortalidade do câncer colorretal caiu pela metade tanto para homens (53%) quanto para mulheres (57%).

De acordo com o estudo, a redução se deve a melhores taxas de detecção e de sobrevida. Entretanto, essas taxas não são iguais para toda a população americana.

Entre os negros, a chance de sobreviver ao câncer é 33% menor do que entre os brancos. Quando observadas etnias nativas, como os índios americanos e os nativos do Alasca, a discrepância é maior, o grupo tem 51% menos chance de sobreviver do que brancos.

No Brasil, 220 mil pessoas morreram de câncer em 2017. A taxa de mortalidade para aquele ano foi de 105 pessoas para cada 100 mil habitantes, 87,5% maior do que em 1991, quando a taxa era de 56 pessoas a cada 100 mil.

A prevenção do câncer, segundo o Inca (Instituto Nacional do Câncer), pode ser dividida em duas categorias, primária e secundária.

Na primária, busca-se evitar que a doença aconteça, evitando exposição a materiais que causam câncer e mantendo hábitos saudáveis.

A obesidade, por exemplo, é um fator de risco para o câncer de endométrio nas mulheres, e mama em mulheres e homens. O Inca lista pelo menos 13 tipos de câncer associados à obesidade, entre os quais está o de intestino, estômago, pâncreas e vesícula biliar.

Segundo o instituto, entre 80 e 90% dos casos de câncer são causados por fatores externos, enquanto os fatores genéticos vão de 10 a 20%. Fumar, comer alimentos ultraprocessados com frequência, não praticar atividades físicas, deixar de tomar vacina contra o HPV e hepatite B e comer carne processada pode aumentar o risco de desenvolver câncer.

A prevenção secundária, por sua vez, é a detecção precoce da doença em fases não malignas. Deve-se estar atento a sintomas como o surgimento de nódulos, febre contínua, feridas que não cicatrizam e indigestão constante.

O câncer de mama, próstata, colo do útero, intestino, pele, boca e pulmão são passíveis de detectar precocemente e também de serem rastreados por meio da análise de histórico familiar e rastreio populacional.

Recomenda-se que mulheres entre 25 e 64 anos façam exames preventivos do câncer de colo do útero a cada três anos. Já os homens com mais de 50 anos, anualmente.

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