Novo coronavírus impacta 93% das indústrias mineiras

A pandemia de Covid-19 tem causado impactos negativos nas indústrias mineiras. No Estado, cerca de 93% das empresas foram afetadas, das quais 30% sofreram impactos muito intensos. A queda do faturamento é o principal problema enfrentado.

O setor aponta também redução no ritmo de produção no Estado. Os dados são da Sondagem Especial das Indústrias, feita pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), divulgada ontem.

Os reflexos negativos são causados pelas medidas de isolamento social – para reduzir a disseminação do vírus – o que gerou a interrupção de diversas atividades econômicas, afetando o emprego e a renda das famílias e prejudicando o consumo.

De acordo com a pesquisa, cujos dados foram coletados entre 1º e 14 de abril, devido às diversas dificuldades enfrentadas pelo setor industrial, praticamente metade das empresas (49%) reduziu a produção, sendo 19% de maneira intensa. Cerca de três em cada 10 indústrias consultadas (27%) estão com a produção paralisada, sendo 12% por tempo determinado e 15% por tempo indeterminado. Dessa forma, 76% das indústrias consultadas diminuíram ou interromperam sua produção.

A adoção do distanciamento social prejudicou a demanda das indústrias mineiras e 75% das empresas registraram redução dos pedidos. Em 36% das indústrias, a retração da demanda foi intensa. Em apenas 9% das empresas o impacto da pandemia na demanda foi positivo.

A principal consequência da crise gerada pelo novo coronavírus foi a redução do faturamento, o que ocorreu em 71% das empresas. Em segundo lugar, ficou o recuo da produção (57%), seguido pelo cancelamento de pedidos (45%) e pela inadimplência dos clientes, 43%.

“Mesmo antes da crise, a atividade econômica evoluía em ritmo mais morno e desde meados de março, com a implantação do isolamento social, a indústria vem sofrendo impactos diretos e severos da crise provocada pelo coronavírus. É um cenário muito preocupante, principalmente, pelas incertezas que impedem, até mesmo, que o empresário planeje as ações para a retomada, que ainda não tem data estabelecida”, explicou a analista de Estudos Econômicos da Fiemg, Daniela Muniz.

Ainda segundo o estudo da Fiemg, a maioria das empresas (73%) também vem encontrando dificuldades na aquisição de insumos ou matérias-primas. Dentre elas, 21% relataram muita dificuldade para a aquisição. Apenas duas em cada dez indústrias consultadas (22%) não enfrentaram problemas para conseguir insumos ou matérias-primas.

Também existem problemas no transporte de insumos e matéria-prima e dos produtos fabricados. Dentre as empresas pesquisadas, 76% encontraram dificuldade na logística de transporte, das quais 23% enfrentaram muita dificuldade.

As indústrias também tiveram o fluxo de caixa severamente prejudicado. Sendo que cerca 50% teve a capacidade de realizar pagamentos de rotina – como salários, fornecedores, energia elétrica e tributos – comprometida e enfrentou maior dificuldade ao buscar crédito junto aos bancos.

“O receio em relação ao aumento da inadimplência, tem aumentado os risco e feito com que os bancos exijam mais garantias, o que dificulta o acesso ao crédito”, explicou Daniela.

Estratégias – A pesquisa também mostrou que a pandemia fez com que as empresas se readequassem às novas normas sanitárias e às condições de trabalho oferecidas aos funcionários, tanto para evitar a propagação da doença quanto em resposta à queda na demanda.

A principal medida adotada foi a realização de campanhas de informação e prevenção/ instituição de medidas extras de higiene, conforme destacado por 66% das empresas consultadas. O trabalho domiciliar foi a segunda medida mais utilizada, por 65% das indústrias, e o afastamento de empregados do grupo de risco foi a terceira medida mais adotada, 64% das empresas.

Outras medidas muito utilizadas pelas indústrias foram à concessão de férias para parte dos empregados, com 56%, o afastamento de empregados com sintomas, com 51%, e o uso do banco de horas, com 33% das respostas.

“É grande a preocupação em relação à sobrevivência das empresas. As perspectivas em relação aos próximos meses são nebulosas. Mesmo após a fase mais crítica da pandemia e suspensão do isolamento, os desafios para a retomada das indústrias serão grandes, já que o mercado interno foi afetado e o setor externo não deverá ajudar muito, uma vez que haverá profundas recessões no mundo inteiro”, disse Daniela Muniz.

Fonte: Diário do Comércio

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