Pacientes com câncer de próstata têm novo tratamento

Câncer de próstata tem novo tratamento aprovado pela Anvisa - LACC

Câncer de próstata – Um novo tratamento para pacientes com câncer de próstata em estágio avançado começou a ser aplicado em Salvador: o PSMA Lu-técio-177. Aprovado em caráter excepcional pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no final de 2019,0 radiofármaco foi ministrado, em janeiro deste ano, no Hospital Santa Izabel (HSI), primeira unidade a oferecer o procedimento na Bahia.

Responsável Técnica do Serviço de Medicina Nuclear do HSI, Adelina Sanches explica que o método utiliza uma combinação da molécula PSMA (Prostate-specific Membrane Antigen, uma proteína expressa na membrana da célula de próstata), também utilizada no diagnóstico da doença, com o material radioativo Lutécio-177.

Desenvolvido na Alemanha, o tratamento é realizado com injeções venosas do medicamento, sob monitoramento médico, e requer de quatro a seis aplicações, com intervalo de seis a oito semanas entre elas. A médica esclarece que, no momento, a indicação é para casos avançados e não responsivos aos tratamentos clássicos, como cirurgia, radioterapia e bloqueios hormonais.

“PSMA foi uma molécula revolucionária em câncer de próstata, isso independe do lutécio, ela vem mostrando que ela é capaz de detectar câncer de próstata como nenhum método anterior fazia”, ressalta Adelina. Segundo estudo recente citado por ela, a molécula identifica 40% mais lesões no rastreamento do câncer de próstata em estágio inicial, quando comparada com a ressonância e a tomografia.

O método parte da eficácia no mapeamento do câncer do PSMA e associa o lutécio, que será carregado pela molécula até as lesões cancerosas e assim tratar a doença, esclarece a especialista. “A molécula vai grudar exatamente nos sítios de doença e carrear a radiação para lá, então fica atuando no receptor que tem na célula do tumor, matando aquela doença”, detalha, reforçando a alta especificidade do tratamento.

Para Adelina, esse é o futuro da medicina, tratamentos muito pontuais, que evitam grandes danos ao restante do corpo, minimizando a ocorrência de efeitos colaterais. No caso do PSMA- Lutécioi77, as reações adversas mais prováveis são boca seca, fadiga e náuseas. “Quando a gente está combatendo um câncer, uma batalha está sendo travada no organismo do paciente, por mais que a gente atinja só o câncer, isso envolve a ativação de células de defesa, de células de limpeza…” argumenta. Resultados

O objetivo do tratamento não é a cura do câncer, mas fazer com que o paciente viva mais tempo e com melhor qualidade de vida. “Ainda não saiu um estudo que mostre de forma definitiva que a sobrevivência vai ser maior, mas os estudos preliminares indicam maior tempo de vida sem progressão da doença e ganhos em qualidade de vida”, comenta a médica.

Adelina cita um estudo que demonstrou resultado 30% melhor do método de PSMA-Lutécioi77 em relação à quimioterapia de segunda linha e diz que o estudo mais conclusivo quanto ao aumento da sobrevida está em fase 3, com previsão de ser concluído ainda este ano.

Segundo a médica, o tratamento é contraindicado para pacientes com danos renais severos, como os que fazem diálise, por exemplo, e que tenham medula muito comprometida, o que pode acontecer após longos períodos de radioterapia e/ou quimioterapia.

De custo bastante elevado, o tratamento ainda não está no rol de cobertura da Agência Nacional de Saúde (ANS), o que significa não ser ofertado pelos planos de saúde. Também não há oferta pelo SUS.

Tradicional

O urologista Eduardo Café, da equipe do Hospital Santa Izabel, explica que os tratamentos tradicionais mais aplicados no câncer de próstata em fase curativa são a cirurgia e a radioterapia. No primeiro caso, ele ressalta os ganhos obtidos com a cirurgia robótica, que aumenta as chances de preservação da potência sexual, reduz o tempo de internação e também os riscos de infecção.

“Os pacientes que têm condição de serem operados são preferencialmente encaminhados para a cirurgia, para aqueles que não desejam a cirurgia ou têm alguma contra indicação, a indicação é radioterapia” explica Café. Quando o tumor é identificado em estágio avançado, sem possibilidades de cura, os pacientes podem ser submetidos a tratamentos com alguns medicamentos, além de cirurgias e radioterapias paliativas.

Quando o paciente apresenta um tumor de baixo risco, caracterizado por um crescimento muito lento e pela possibilidade de nunca se desenvolver a ponto de gerar sintomas, a vigilância ativa é uma opção, comenta o médico. A escolha é mais comum em pessoas mais idosas e/ou com problemas de saúde. Nesse caso, é necessário fazer o acompanhamento médico contínuo, realizando exames de imagem e biópsias periodicamente.

Fonte: A Tarde da Bahia

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