Painel S.A: Timing

Folha de S.Paulo
Colunista: Joana Cunha


17/04/20 - Horas antes da queda de Mandetta, nesta quinta (16), conselheiros de Bolsonaro diziam que a demora em demitir o ministro da Saúde não foi reflexo da fraqueza do presidente, ao contrário do que pareceu. Segundo pessoas próximas a Bolsonaro no setor privado, havia um cálculo político a ser considerado: quanto mais tempo ficasse no cargo antes do pico de mortes, Mandetta seria responsabilizado pelo pior, e o novo ministro chegaria em um momento melhor das estatísticas.

Gota d’água
Embora a gestão de Mandetta estivesse muito mal avaliada por Bolsonaro, a demora na demissão tinha essa vantagem, mas o agora ex-ministro esticou demais a corda com a insubordinação na entrevista do Fantástico, segundo a avaliação de pessoas próximas ao presidente.

Sinuca de bico
De acordo com um empresário alinhado com Bolsonaro, como a curva de mortes vai continuar subindo, críticos do governo dirão que o desempenho do novo ministro é pior que o de Mandetta.

Check-out
Nos setores mais afetados pela crise, a troca do ministro foi bem recebida. Manoel Linhares, presidente da Abih (associação da indústria de hotéis), diz que faltava sintonia entre Mandetta e Bolsonaro. Ele espera que um novo modelo de isolamento, só com pessoas do grupo de risco, seja analisado para retomar as atividades aos poucos.

Febre
Paulo Solmucci, presidente da Abrasel (associação de bares e restaurantes), afirma que a dissonância entre presidente e ex-ministro causou incerteza no setor privado. “O que está matando o empresariado é não saber o que fazer porque tem dois discursos”, diz. Segundo ele, sob o ponto de vista de gestão, Mandetta perdeu valor.

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