Valor Econômico, notícia também publicada na Folha de S.Paulo
Jornalista: Assis Moreira

03/09/2020 - O Brasil ganhou quatro posições no Índice Global de Inovação 2020, ficando em 62º lugar entre 131 países. O ranking é elaborado pela Organização Mundial de Propriedade Intelectual (OMPI), Cornell University (EUA) e Insead (escola francesa de administração).

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A Confederação Nacional da Indústria (CNI), uma das parceiras da OMPI no estudo, avalia que a melhora do ranking do Brasil não é motivo para comemoração, uma vez que a 62ª posição é incompatível com o fato de o país ser a nona maior economia do mundo. A entidade nota que a subida no ranking se deveu à queda de outros países. A pontuação do Brasil caiu em comparação a 2019.

Para a OMPI, o desempenho do Brasil está em linha com seu nível de desenvolvimento. Países como China e África do Sul, sócios no Brics, grupo dos grandes emergentes, estão com nível de inovação acima de seu desenvolvimento.

Neste ano, Suíça, EUA, Reino Unido e Holanda lideram a classificação global em inovação e, pela primeira vez, uma segunda economia asiática fica entre as dez primeiras, a Coreia do Sul (Cingapura é a 8ª).

O relatório confirma um gradual deslocamento do foco de inovação para o Oriente, graças ao considerável avanço, ao longo dos anos, de um grupo de economias asiáticas, especialmente China (14ª), Índia (48ª), Filipinas (50ª) e Vietnã (42ª).

Já a América Latina e o Caribe continuam caracterizados por seu baixo nível de investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) e inovação, uso incipiente de sistemas de propriedade intelectual e desconexão entre os setores público e privado na priorização desse segmento. A região continua a ter dificuldades para traduzir pesquisas de forma eficiente em produção.

Os países mais bem classificados na região são Chile (54º), México (55º) e Costa Rica (56º). O Brasil melhorou graças a alguns subíndices: infraestrutura (subiu três posições, para 61º) e sofisticação empresarial (35º, ganho de cinco posições).

Já no subíndice Instituições o país fica na 82ª posição, principalmente pela má nota na eficácia governamental (97º). Na sofisticação de mercado, o país é classificado em 91º posição, em boa parte por causa do custo do crédito. Somente Chile, Uruguai e Brasil produzem altos níveis de artigos técnicos e científicos na região.

Apenas o Brasil se posiciona bem em origem de patentes. Além disso, Brasil, México e Argentina abrigam empresas globais de P&D e estão entre as primeiras dez economias de renda média no critério de qualidade de inovação. No geral, o Brasil fica em 29ª posição em qualidade de inovação.

A região registra um bom desempenho no novo indicador valor de marcas globais. México, Brasil, Colômbia e Argentina são as economias com melhor desempenho nesse indicador. O relatório exemplifica marcas no setor bancário no Brasil (Itaú, Bradesco, Caixa e Banco do Brasil).

Robson de Andrade, presidente da CNI, nota em artigo no relatório que, em relação a incentivos fiscais, em 2018 o volume de isenções na economia brasileira alcançou quase US$ 140 bilhões, ou 3,9% do PIB. E desse montante, apenas 3,6% foram isenções para investimentos em ciência, tecnologia e inovação. Segundo ele, o impacto dessas isenções é essencial para construir políticas públicas mais efetivas e selecionar aquelas com melhor custo-benefício para a economia nacional.

O tema central do relatório neste ano é o impacto da pandemia e as dificuldades de financiamento da inovação. Andrade alerta que a crise fiscal no Brasil põe em risco progressos das décadas recentes.

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