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Home office: apenas 19% dos conselheiros tinham experiência com reuniões online (nadia_bormotova/Getty Images)

Pesquisa exclusiva da Fundação Dom Cabral mostra as prioridades no alto comando das empresas diante da ameaça do coronavírus


Por Luísa Granato

Exame

Com o impacto do coronavírus dentro das empresas, quem está tomando as grandes decisões para vencer a crise? Para 37% dos membros do conselho de administração das empresas, o CEO é o grande líder da gestão durante a pandemia.

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Este é um dos resultados da pesquisa feita pela Fundação Dom Cabral, escola de negócios, sobre a dinâmica dos conselhos de empresas diante da ameaça do covid-19. A pesquisa for conduzida entre 30 de março e 2 de abril e recebeu 115 respostas.

Para o professor Dalton Sardenberg, que atua na área de Estratégia e Governança Corporativa da Fundação, a decisão sobre o comando durante a crise é vital.

“Só 5% disseram que o conselho assumiu a responsabilidade da gestão da crise. Ou 4% disseram que o presidente do conselho tomou para si. Então, apenas 9% tiveram uma atitude negativa que desqualifica a liderança. Se nessa hora o CEO não tem legitimidade para conduzir a organização, vemos como algo negativo”, comenta ele.

Em 30% dos casos, houve uma resposta compartilhada entre os poderes do presidente e do conselho. E 22% criaram uma nova instância com membros mistos do comitê e da diretoria, como um comitê de crise.

O professor também vê que a prioridades de temas debatidos nas reuniões é muito positiva, mostrando uma preocupação grande com a saúde e segurança dos colaboradores.

“Naturalmente, em primeiro lugar apareceu a proteção do caixa da empresa e liquidez. Afinal, a empresa precisa sobreviver e se manter minimamente saudável”, diz ele.

Na pesquisa, a saúde e segurança dos funcionários foi apontada por 56,2% como uma das grandes prioridades nas discussões. E mais de 50% disseram que a manutenção de empregos é prioridade.

As mudanças recentes na legislação trabalhista tomaram o tempo dos conselheiros: 72% afirmaram que elas são discutidas de maneira frequente.

“Os conselhos tendem a ter uma preocupação até exagerada com o lado financeiro, considerando o tempo que investem nessa avaliação em suas reuniões. Agora, vemos que estão verdadeiramente preocupados com seu ativo humano”, explica ele.

De acordo com os conselheiros, o modo de sobrevivência não foi a maior resposta para a crise. Enquanto 36% disseram que só discutem a agenda de ações imediatas, sem se importar com o pós-crise, 54% contaram que não perderam de vista os planejamentos de médio e longo prazo.

“É importante não abandonar o planejamento, mesmo sendo natural se concentrar no que acontece agora. A empresa precisa ter um sentido para o pós-crise, pensar em cenários possíveis e como vai reagir a cada um deles”, fala o professor.

Sobre a experiência de trabalho remoto, apenas 19% tinham experiência com reuniões online. Para a grande maioria o modo de trabalho digital é completamente novo.

Para 39%, o momento atual trará alterações no futuro das corporações após a pandemia. Porém, os conselheiros ainda preferem as reuniões presenciais a interações virtuais: 56% não se sentem confortáveis com a nova dinâmica.

“Na hora de decidir, eles preferem estar juntos e manter o olho a olho para negociar e convencer os outros”, comenta o professor.

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Joni Mengaldo

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