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Folha de S.Paulo 
Jornalista: Ana Estela de Sousa Pinto

12/08/20 - A Rússia anunciou nesta terça-feira (11) que concedeu a primeira aprovação regulatória do mundo para uma vacina contra a Covid-19. A aprovação foi dada pelo Ministério da Saúde do país à imunização produzida pelo Instituto Gamaleia de Moscou após menos de dois meses do início dos testes em humanos, segundo o presidente Vladimir Putin.

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A vacina recebeu o nome Sputnik V para mercados estrangeiros —uma referência ao primeiro satélite artificial colocado em órbita pela humanidade, uma produção russa da época da Guerra Fria.

A manobra abre caminho para a inoculação em massa, mesmo enquanto os estágios finais dos testes clínicos para verificar a segurança e a eficácia da vacina continuam.

Pelo menos três anúncios de vacinas em desenvolvimento foram feitos pelo país nas últimas semanas, mas nenhuma delas teve o resultado dos testes divulgados publicamente para apreciação de cientistas da área.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a imunização criada pelo Instituto Gamaleia está na primeira das três fases de testes clínicos necessárias.

Mais de 160 vacinas contra o novo coronavírus estão em desenvolvimento no mundo todo —26 delas estão na fase de estudos clínicos, segundo informações da OMS de 31 de julho.

O desenvolvimento de uma vacina pode levar anos e precisa passar por uma sequência de testes que comprovem a segurança e a eficácia da substância para proteger contra a doença. Os chamados testes clínicos, feitos em humanos, precisam de três diferentes fases para comprovar o bom funcionamento da imunização. Uma autorização para uso da vacina na população só vem após a conclusão dos testes clínicos.

Em regra, os desenvolvedores de vacinas publicam resultados dos testes em periódicos especializados, que contam com a revisão do conteúdo feita por outros cientistas.

No fim de julho, a Rússia havia comunicado que pretendia dar início à produção industrial de uma vacina contra o novo coronavírus ainda em setembro deste ano. A falta de divulgação dos resultados das pesquisas gerou desconfiança na comunidade científica internacional.

Um porta-voz da OMS disse nesta terça (11) que a organização conversa com autoridades sanitárias da Rússia para avaliar a possibilidade de haver uma pré-qualificação da vacina feita pela agência. Imunizações desenvolvidas em qualquer parte do mundo não dependem de aprovação da OMS para distribuição.

A velocidade com que a Rússia está se movendo para lançar sua vacina destaca sua determinação em vencer a corrida global por um produto eficaz, mas despertou preocupações de que pode estar colocando o prestígio nacional antes da ciência e da segurança.

No anúncio desta terça (11), Putin disse também que sua filha está entre as pessoas que já teriam sido vacinadas.

Atualmente, a Rússia é o quarto país com o maior número de infectados pelo Sars-CoV-2 no mundo. Desde o início da pandemia, mais de 890 mil pessoas foram infectadas pelo vírus e pelo menos 15 mil mortes foram causadas pela Covid-19 no país, segundo a plataforma da Universidade Johns Hopkins, instituição norte-americana que monitora os números da pandemia.

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