Folha de S.Paulo 

Jornalista: Raquel Lopes e Thiago Amâncio

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta sexta-feira (29) que o estado começará a vacinar contra a Covid-19 idosos que vivem fora de asilos a partir de 8 de fevereiro.

 

Nessa data, 206 mil pessoas com 90 anos ou mais começarão a ser vacinadas. Uma semana depois, a partir de 15 de fevereiro, mais 309 mil pessoas com 85 anos ou mais serão vacinadas. No total, 515 mil idosos acima dos 85 anos serão vacinados.

 

A primeira fase, com trabalhadores da saúde, indígenas, quilombolas e idosos que vivem em asilos, envolve a vacinação de 1,6 milhão de pessoas.

 

Doria não deu data para o começo da vacinação em idosos com menos de 85 anos, mas afirmou que eles fazem parte do grupo prioritário. Segundo o governador, um terço das pessoas com mais de 85 anos que foi diagnosticada com Covid-19 morreu. Outros estados já começaram a vacinar idosos que vivem fora de asilos.

 

O governo afirmou que a segunda dose será aplicada exatamente 28 dias depois da aplicação da primeira dose (quem foi imunizado em 17 de janeiro, por exemplo, receberá a segunda dose em 14 de fevereiro). Para isso, os profissionais de saúde receberão um alerta dois dias antes dizendo que precisam tomar a segunda parte do imunizante. Doria disse ainda que o estado está entregando mais 1,8 milhão de doses da Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan, para o Ministério da Saúde —das quais 410 mil ficarão em São Paulo.

 

O estado vacinou 328 mil pessoas até as 12h desta sexta. Segundo Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, na próxima terça-feira (2) mais 900 mil doses devem ser liberadas. No dia seguinte, chegarão 5.400 litros de insumos para a produção de mais vacinas. O governador voltou a cobrar o Ministério da Saúde, da gestão Jair Bolsonaro, seu adversário político. “Para vacinarmos mais rapidamente, não apenas São Paulo, mas todo o Brasil precisa de mais vacinas. E eu volto a cobrar, solicitar, que o Ministério da Saúde do Brasil cumpra sua parte e viabilize mais vacinas”, disse. “Não é só São Paulo que tem que trabalhar pela vacina. O governo federal tem obrigação de fazê-lo e trazer as vacinas que se prontificou a trazer e até agora não trouxe.”

 

Doria chegou a cobrar o governo federal sobre a compra de 54 milhões de doses adicionais da vacina contra a Covid-19 produzida pelo Butantan. Durante a fala à imprensa, porém, Dimas Covas afirmou que recebeu uma mensagem do governo federal, não oficial, confirmando que comprará as vacinas na próxima terça.

 

Na noite desta sexta, o Ministério da Saúde confirmou a compra das doses adicionais da Coronavac, a serem distribuídas pelo PNI (Programa Nacional de Imunizações). Com isso, a pasta fecha a compra de 100 milhões de doses de vacina com o Instituto Butantan.

 

“O Ministério da Saúde irá firmar o contrato de compra das doses junto à fundação na próxima semana. Além disso, a pasta está solicitando a antecipação do registro da vacina junto à Anvisa, para ampliar a vacinação para toda a população brasileira”, disse em nota.

 

O Butantan havia dito que poderia exportar esses imunizantes caso o governo federal não demonstrasse interesse. Nesta sexta, Covas disse que os contratos de outros países da América Latina não afetam a distribuição de vacinas pelo Brasil (leia mais na pág. B2).

 

Segundo Covas, os 46 milhões de doses já contratadas anteriormente serão entregues até abril. A partir daí, começa a entrega dos 54 milhões adicionais, mas o diretor do Butantan não deu prazo para que essa entrega seja concluída.

 

O governo baixou ainda uma resolução definindo que os municípios informem diariamente o nome das pessoas que forem vacinadas, tanto na rede pública quanto na rede municipal, segundo Regiane de Paula, do controle de doenças infecciosas. O governador afirmou ainda que as internações e mortes em SP caíram em relação à semana anterior. Houve queda de 1% no número de novos óbitos e queda de 9% no número de internações.

 

“Diminuir a internação significa diminuir a velocidade, a dinâmica da pandemia em cada uma das regiões, mostrando que, naquele momento, está sob controle”, disse Jean Gorinchteyn, secretário de Saúde de SP.

 

Com isso, as regiões de Presidente Prudente e Sorocaba puderam sair da fase vermelha (mais restritiva, que impede a abertura de restaurantes, por exemplo), para a fase laranja. Ribeirão Preto, por outro lado, com 82% de ocupação de leitos e crescimento de casos e internações, foi para a fase vermelha. Todo o estado, porém, fica na fase vermelha das 20h às 6h nos dias úteis e durante todo o fim de semana. Segundo o governo, a ocupação de UTIs no estado está em 69,9%, e em 69,4% na Grande SP.

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