UFMG pede aval da Anvisa para testar vacina em humanos

Vacina brasileira: UFMG pede aval à Anvisa para estudo da SpiNTec | Congresso em Foco

O Estado de S.Paulo 
Jornalista: Fabrício de Castro

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou anteontem que recebeu, na sexta-feira, o pedido de autorização para a realização de estudos clínicos de fases 1 e 2 da vacina SpiNTec, possível imunizante contra a covid-19 que está sendo desenvolvido pelo CTVacinas, centro de pesquisas em biotecnologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Se aprovados, os testes clínicos das fases 1 e 2 serão simultâneos e devem começar em setembro. A primeira fase tem como objetivo avaliar a segurança da vacina e contará com 40 voluntários. Já a etapa 2 vai reunir de 150 a 300 voluntários e irá avaliar se o imunizante induz a geração de anticorpos e de células de defesa específicas contra o novo coronavírus. A previsão é que os estudos clínicos durem entre três e quatro meses.
Os participantes dos testes serão pessoas já vacinadas com as duas doses da Coronavac há pelo menos seis meses. O objetivo será avaliar a capacidade de resposta imunológica do organismo a uma terceira dose de vacina contra a covid. Isso porque, se os testes clínicos apresentarem bons resultados, o imunizante brasileiro só estaria disponível para a população no ano que vem.
O lote do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) para produzir as vacinas que serão usadas nos testes clínicos está sendo produzido nos EUA. Segundo a UFMG, nenhuma empresa desenvolve o material no Brasil.
A vacina SpiNTec poderá ser utilizada na vacinação anual contra a covid-19, disse ontem o ministro de Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, durante entrevista coletiva.
Ao lado de representantes da universidade, Pontes afirmou que o trabalho de sua pasta está em sintonia com o do Ministério da Saúde. “Teremos vacinação anual. E o fato de termos vacinas nacionais significa que elas poderão ser usadas nestas vacinações”, disse. “A ideia é que tenhamos esta vacina participando do plano nacional.”

Durante a coletiva, técnicos do ministério e pesquisadores da UFMG esclareceram detalhes da SpiNTec. A vacina utiliza a estratégia de proteína recombinante, que consiste na identificação, dentro do genoma do novo coronavírus, das sequências com informações para produção de proteínas.
Estas sequências são introduzidas em bactérias que, por sua vez, passam a produzir proteínas que servirão para a formulação da vacina.
Com o uso dessa tecnologia, a expectativa é de que seu custo final seja inferior ao de outros imunizantes disponíveis no mercado. A vacina teve bons resultados em animais.
A expectativa dos pesquisadores é de que a SpiNTec seja aplicada em duas doses - como a maioria das vacinas já autorizadas no País - em intervalos de 21 dias. Nos ensaios pré-clínicos, foram feitos testes com ao menos uma das variantes do novo coronavírus e o imunizante brasileiro se mostrou eficaz.

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