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Enquanto outros players da indústria farmacêutica entraram na corrida por medicamentos e vacinas contra a Covid-19, a Zambon decidiu olhar para o que considera o futuro do setor. A companhia italiana, presente há mais de seis décadas no Brasil, apostou no caminho da diversificação de áreas terapêuticas, com foco em medicamentos especiais. Além disso, deu início a um plano de transformação digital para reorientar o relacionamento com farmácias, médicos e provedores de saúde.

E a pandemia serviu de aprendizado para acelerar essas mudanças. Depois de ampliar o faturamento acumulado em 65% nos últimos cinco anos, a farmacêutica adiou a meta de crescer 25% em 2020. Conviveu ainda com a queda de 40% em algumas classes do sistema respiratório, que totaliza 35% dos negócios com apoio de produtos como o Fluimucil®. Quarto maior mercado global da Zambon até o ano passado, o Brasil caiu para a sexta posição.

“Mais do que renovar o portfólio, entendemos a necessidade de mudar o modelo operacional e de atendimento aos nossos canais, investindo em ferramentas de contato virtual e em um formato de trabalho híbrido da nossa força de vendas, hoje em torno de 160 colaboradores”, comenta o CEO Rogério Frabetti.

Como parte dessa disrupção, a farmacêutica destinou R$ 25 milhões para o desenvolvimento e comercialização de quatro medicamentos, lançados nesses últimos três meses. A primeira novidade foi o Fisiogen Fort, linha de suplementos à base de ferro. A companhia também incrementou o segmento respiratória com o Filtrair, um pó de celulose que, aplicado no nariz, produz uma barreira protetora contra vírus, bactérias e alérgenos. “É um sucesso na Rússia, onde as vendas saltaram 226% durante a pandemia”, ressalta. Neste mês de abril, chegou ao mercado a Reform, que reúne suplementos alimentares para o tratamento de osteoporose e osteosarcopenia.

Doenças raras
Com uma participação consistente no segmento de Primary Care e 60% das vendas concentradas no varejo farmacêutico, a Zambon lança um olhar especial para as doenças raras e de alta complexidade. “Hoje, esses medicamentos respondem por 35% da operação, mas boa parte é reservada para as compras públicas. Nosso intuito é diversificar os públicos-alvo”, conta Frabetti.

O carro-chefe dessa estratégia é o Xadago (mesilato de safinamida), voltado ao tratamento do Mal de Parkinson e que propõe também combater os sintomas que dificultam a qualidade de vida do paciente. O novo fármaco será disponibilizado a partir de julho nas apresentações de 50 mg e 100 mg, e embalagens de 14 e 30 comprimidos. “Temos no radar mais dois lançamentos neste ano para doenças raras ligadas ao sistema nervoso central”, antecipa. Com esse ritmo, a empresa almeja crescer 20% em 2021.

Covid-19
A mobilização contra o coronavírus, no entanto, não passa despercebida. Em linha com seu modelo de inovação, a Zambon decidiu apoiar a Missão Covid, uma startup que conecta gratuitamente médicos voluntários e pessoas com sintomas da Covid-19. “Todo esse cenário exigiu uma completa reinvenção da indústria farmacêutica, um setor essencialmente conservador. Estamos mirando esse futuro, tanto que contratamos consultorias externas para nos ajudar nesse processo”, conclui.

Sobre a Zambom
Fundação: 1906
Chegada ao Brasil: 1960
Fábrica: planta em Barueri (SP)
Produção: 20 milhões de unidades/ano
Marcas: 13, em cinco áreas terapêuticas (dor, respiratória, saúde feminina, neurologia e distúrbios gástricos)
Colaboradores no país: 380

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