Joana Adissi, de General Manager de Vacinas da Sanofi Brasil — Foto: Divulgação
No cargo de General Manager de Vacinas da Sanofi Brasil, ela acredita que, mais do que a tecnologia, é a motivação, a curiosidade e o questionamento da equipe que levam às inovações de impacto
by Época NEGÓCIOS
Uma vacina de alta dose contra a gripe, voltada para o público 60+, e um imunizante contra o vírussincicial respiratório, importante causador da bronquiolite: estas são algumas das inovações que estão no radar de Joana Adissi, General Manager de Vacinas da Sanofi Brasil.
Na empresa desde 2014, ela começou como gerente de Inovação na área de Consumo, lançando novos produtos em marcas conhecidas como Dorflex, Enterogermina e Allegra. Depois, atuou na Medley, a divisão de medicamentos genéricos da Sanofi. Desde janeiro de 2022, comanda a área de vacinas – além de estar diretamente envolvida com os programas de diversidade e inclusão da companhia.
“Sempre tive muita curiosidade para experimentar áreas novas”, diz Joana, para quem a inovação tem mais a ver com atitude do que com tecnologia. “Comecei minha carreira em Trade Marketing, então Marketing, depois Inovação e Projetos de Aquisição, até me tornar líder de unidade de negócio. Mas nem sempre a mudança era para posições mais altas – às vezes, eu me mudava lateralmente mesmo. Acho que essa flexibilidade ampliou o meu repertório e me tornou uma profissional mais completa.”
Confira a seguir os principais trechos da entrevista que a executiva concedeu a Época NEGÓCIOS.
Época NEGÓCIOS - Como é o seu processo de inovação?
Joana Adissi - O processo começa com a escuta do consumidor/paciente, para entender, por meio de pesquisas, as necessidades não atendidas. Então, partimos para definição do público-alvo, desenvolvimento do case do negócio, desenvolvimento da inovação, definição do plano de lançamento, lançamento e pós-lançamento. Acredito que, mais do que a tecnologia, é a motivação, curiosidade e questionamento das pessoas que nos levam às inovações de impacto. Por isso, a inovação é também uma questão cultural, de formação de time.
Em quais vacinas a Sanofi está trabalhando agora?
Em dois anos, trouxemos dois novos imunizantes ao Brasil, o que consideramos um número expressivo em nosso mercado de vacinas. No ano passado, trouxemos uma nova vacina para meningite meningocócica. No inverno de 2023, vamos lançar a primeira vacina de alta dose contra gripe do Brasil, com 4 vezes mais antígeno. Ela foi desenvolvida especialmente para pessoas com mais de 60 anos, já que, com o envelhecimento, o sistema imune passa por um processo natural de enfraquecimento, e pode também ocorrer uma diminuição da resposta vacinal.
Em quais inovações a empresa está trabalhando?
Na Sanofi global, estamos trabalhando em pesquisas voltadas à prevenção contra o vírus sincicial respiratório, importante causador da bronquiolite, e com um investimento global de 400 milhões de euros por ano no Centro Global de Excelência em mRNA da Sanofi, com bases França e nos EUA, por meio do qual buscamos ter um mínimo de 6 novas formulações clínicas de vacinas de última geração até 2025.
No final do ano passado, vocês lançaram o Programa Diversidade e Inclusão de Fornecedores. É a primeira iniciativa para a cadeia de suprimentos?
Sim. Queremos ampliar a contratação de fornecedores de grupos socialmente minorizados, alcançando até 2025, no mínimo, 10% de fornecedores que tenham seu quadro societário majoritariamente formado por mulheres, pessoas negras ou indígenas, pessoas pertencentes a comunidade LGBTQIAP+ ou pessoas com deficiência. Hoje este número está em 4,2%. Fico feliz em dizer que, nos últimos três anos, aqui no Brasil, 54% de nossas contratações foram mulheres, e 53% delas para posições de liderança. De todas as posições de liderança, 54% são mulheres. Mas sabemos que precisamos continuar avançando.
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