Novo prédio construído pelo Einstein na Comunidade de Paraisópolis. Foto: Fábio H. Mendes/E6 Imagens
Serão selecionados 40 estudantes para a nova turma, que terá início no primeiro semestre de 2024; ideia é também empregar alunos da comunidade no próprio hospital
Estadão Conteúdo
A Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein anunciou nesta sexta-feira, 6, um investimento de R$ 16 milhões na construção de um prédio em Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, que, além de impulsionar atividades para a comunidade da região, abrigará também uma escola de ensino médio e técnico viabilizada pelo projeto social da instituição, o Programa Einstein na Comunidade de Paraisópolis (PECP).
Em comemoração aos 25 anos da iniciativa, a entidade decidiu ampliar seus programas sociais com a inauguração de um novo prédio de cinco andares no centro da comunidade. Parte dos espaços será destinada ao novo ensino médio integrado ao técnico de administração em serviços de saúde do Ensino Einstein, voltado a jovens de 15 a 17 anos moradores da comunidade. Segundo a instituição, serão selecionados 40 estudantes para a nova turma.
O programa, que terá início no primeiro semestre de 2024, irá oferecer de forma gratuita e integral a mesma metodologia de ensino que já é ofertada pelo grupo em sua escola paga, visando capacitá-los para o mercado de trabalho. Todos os estudantes receberão material escolar, uniforme e alimentação ao longo dos três anos de formação.
O presidente da entidade, Sidney Klajner, afirmou ao Estadão que a oferta do ensino técnico visa responder a uma carência do setor da saúde por esses profissionais.
“Vemos uma dificuldade grande de formar pessoas que já têm uma certa idade ou outros empregos, porque existe uma evasão. Quando coloca a formação técnica dentro do ensino médio, tem uma retenção do aluno”, afirma.
Além de disciplinas comuns a qualquer ensino médio, como matemática e português, o aluno terá disciplinas de outras áreas, tendo aulas de técnicas de comunicação empresarial, administração geral e hospitalar, marketing, logística, gestão de projetos, empreendedorismo, introdução ao direito, e estatística.
O novo prédio contará com outras ações de educação, esportes e serviço social, visando beneficiar a comunidade local em vários âmbitos.
Os critérios que serão considerados para a aceitação dos jovens serão a avaliação do perfil social do jovem candidato (que deve ser morador de Paraisópolis), e de suas vulnerabilidade, prova de português e matemática, e, por fim, entrevista com o candidato e seus responsáveis (para entender a capacidade da família em se comprometer com os três anos do curso).
Curso de administração
O diretor de ensino e consultoria do Einstein, Alexandre Holthausen, explicou que a escolha pelo técnico de administração para os alunos de Paraisópolis visa dar ferramentas para que eles possam ir para outras áreas além da saúde e, dessa forma, aumentar a chance de empregabilidade.
Outro ponto é a possibilidade de entrar logo no mercado de trabalho. Com um técnico em enfermagem, por exemplo, os alunos precisam completar 18 anos para trabalhar, mas muitos precisam garantir uma renda o mais rápido possível. “Eles já têm tantas limitações, a gente não queria criar um curso que trouxesse mais restrições.”
Segundo o presidente da instituição, a ideia é também empregar no próprio Einstein os alunos de Paraisópolis. O presidente explica que isso já acontece na unidade da Avenida Paulista. “A maioria dos alunos que busca emprego logo depois da formatura acaba sendo empregado aqui.”
Quem optar por continuar os estudos também estará habilitado para o ensino superior. A unidade do Centro de Ensino e Pesquisa Albert Einstein fica aproximadamente a 3 km de distância de Paraisópolis. Klajner ressalta que o número de bolsistas na graduação de medicina do Einstein chega a 30% dos alunos.
Além da grade curricular do curso, a presidente do Voluntariado do Einstein, Telma Sobolh, destaca que uma das grandes vantagens do programa é trazer educação de qualidade para os jovens da região, conseguindo mantê-los no bairro, o que consequentemente ajuda a desenvolver a região e a fomentar a economia local.
“A gente não pensa em tirá-los de lá. Queremos capacitá-los. Eu não tenho esse direito de querer tirar”, disse.
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