A novidade é mais um desdobramento da questão do trabalho híbrido: será que a empresa é o único lugar onde os profissionais podem se encontrar?
Por Época NEGÓCIOS
Na semana passada, muitos brasileiros viajaram à Portugal para participar do Web Summit, um dos maiores festivais de tecnologia do mundo – o Brasil foi a delegação com o quarto maior número de visitantes no evento. Dentro da programação, as tendências para o futuro do trabalho foram tema de diversas palestras.
“O conceito que está chamando a atenção de lideranças do mundo todo é o chamado ‘terceiro espaço’”, afirmou Sandra Boccia (@sboccia), diretora editorial de Época NEGÓCIOS, durante o boletim Profissionais da nossa Época, na rádio CBN. Para entender a tendência, é preciso primeiro lembrar que, durante a pandemia, muitos profissionais tiveram que encontrar um lugar adequado dentro de suas casas para transformar em escritório. “Parte desses profissionais continua usando esse espaço, agora dentro do esquema de trabalho híbrido”, disse a diretora.
Nessa volta parcial aos escritórios, a empresa se transformou nesse lugar onde muitos profissionais vão para encontrar os colegas ou realizar encontros presenciais com equipe e gestores. “Mas agora, nesse balanço entre a casa e o escritório, surgiu uma nova tendência, uma espécie de caminho do meio, que é o terceiro espaço”, explica Sandra.
Segundo a diretora, esse espaço seria quase uma evolução daqueles ambientes compartilhados, onde os colegas podem trabalhar fora do ambiente da empresa. “Esse terceiro espaço ele vale tanto para o modelo híbrido quanto para o remoto. Mesmo quem não precisa ir presencialmente à empresa podem ir para lá.”
Engana-se quem acha que estamos falando de um coworking tradicional, com salas alugadas pelas empresas. A proposta aqui é outra, afirma Sandra. “É um lugar com uma pegada de happy hour. As pessoas não deixam de trabalhar necessariamente quando elas vão para esse lugar, mas é mais como uma sede para confraternizações, para tomar café, fazer uma reunião, ou então para realizar eventos, participar de um curso, ou mesmo para ir quando se está cansado de trabalhar em casa.”
As reuniões que acontecem no terceiro espaço não devem ter um caráter de planejamento ou tomada de decisões, e sim uma proposta mais lúdica, de interação, de descompressão. “Em uma época de mutação das relações de trabalho, em que se procura mais pessoalidade, mais humanização, as empresas descobriram que não é só no final do ano que vale a pena fazer encontros. Ter um espaço de confraternização, de festa ajuda a criar um ambiente de amizade e, sobretudo, de cumplicidade, o ano inteiro.”
Para quem quiser saber mais sobre o futuro do trabalho, essa e outras 50 tendências estarão mapeadas no especial de Época Negócios, que estará disponível nas bancas a partir de quarta-feira, dia 9, e também pode ser acessado pelo Globo Mais.
Confira a versão integral do boletim Profissionais da Nossa Época, no ar todos os sábados na CBN.
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