ESTUDO DE REMUNERAÇÃO DA MICHAEL PAGE

12391441280?profile=RESIZE_710x

Imagem de Tumisu por Pixabay

 

 

PERSPECTIVAS PARA O MERCADO DE TRABALHO EM 2024

 

by Ricardo Basaglia* 

 

Nesta edição 2024 do estudo, 84,5% dos 6.647 candidatos entrevistados apontaram salário como o principal motivador para aceitar uma nova oportunidade de emprego.

Em um mercado tão dinâmico, é natural que as pessoas se questionem se estão sendo valorizadas, se estão no lugar que corresponde melhor às suas expectativas e se estão sendo remuneradas adequadamente.

 

"Salário e satisfação profissional são elementos inseparáveis para candidatos. É isso que nos mostram
os dados deste estudo, que chega até você como uma fotografia do mercado de trabalho brasileiro..."

 

As redes sociais exacerbaram o fenômeno da comparação, um reflexo da era em que vivemos. Nesse contexto, salário e cargo se tornam indicadores de crescimento profissional. Porém, a falta de diálogo aberto sobre remuneração acaba criando uma lacuna de informações e, consequentemente, dúvidas para empresas e colaboradores.

A pressão inflacionária, que afeta o mundo todo, resultou na diminuição do poder de compra, aumentando ainda mais o questionamento por parte do profissional se seu salário atual é realmente suficiente para atender suas necessidades. Do lado da empresa, a conta também chega. Com o aumento dos custos operacionais, muitas empresas não conseguem repassar ao preço final de seus produtos e serviços, comprimindo suas margens de lucro. Mesmo reconhecendo as discrepâncias salariais em relação ao mercado, lhes faltam margens de manobra para ajustar as remunerações, correndo um risco - até mesmo consciente - de perder profissionais talentosos.

 

"Haverá um enfoque cada vez maior nas habilidades
e experiências necessárias para entregar resultados
de qualidade." 

 

O salário, embora seja o atributo mais importante, não é o único fator de influência. Ele pode gerar satisfação, mas possui prazo de validade.

O segundo principal atributo de interesse dos profissionais apontados em nossa pesquisa é a flexibilidade no trabalho. Ficou claro para muitas empresas que o modelo de trabalho remoto funcionou quando o mundo estava em quarentena.

À medida que voltamos ao presencial, surgem mais questionamentos sobre produtividade, como conciliar parte do time presencial com remoto, a manutenção da cultura organizacional, o desafio de treinar e desenvolver pessoas, de lidar com saúde mental, etc.

Há uma dicotomia entre a percepção de que trabalhar muitas horas em casa é sinônimo de produtividade e a falta de métricas claras para medir a performance no remoto.

A flexibilidade em questão, portanto, transcende a simples matemática de carga horária, em que métricas de controle baseadas em tempo dão lugar àquelas centradas em objetivos e metas.

Ainda que o trabalho retorne ao formato majoritariamente presencial, nota-se que muitas reuniões permanecerão virtuais. Nesse sentido, há dois desdobramentos: a busca por ambientes mais colaborativos, refletindo o interesse genuíno das empresas em promover um ambiente positivo, e a transformação digital de maneira contínua como um modelo mental, abarcando ferramentas para diferente modelos de trabalho e eficiência de recursos.

Nossa pesquisa também mostrou que 40,6% dos candidatos consideram oportunidades de crescimento relevantes para aceitar uma nova proposta ou permanecer na empresa atual. Modelos hierárquicos tradicionais, em que a progressão de carreira acontece por promoção de cargo ou aumento salarial, estão dando lugar para estruturas organizacionais mais horizontais e matriciais. A ascensão na carreira já não se traduz simplesmente em subir um novo degrau ou ganhar mais.

O paradigma evoluiu para carreiras em “Y” ou “W”, em que o profissional pode ser líder em alguns momentos e especialista em outros. Além disso, a visão da carreira mudou de uma perspectiva exclusivamente externa para uma mais interna, em que o profissional questiona mais sua contribuição para a organização, envolvendo uma boa dose de autoconhecimento.

Olhando para 2024, as empresas passarão por transformações que vão além da definição de cargos, salários e descrições de trabalho. Haverá um enfoque cada vez maior nas habilidades e experiências necessárias para entregar resultados de qualidade.

Isso levanta a questão de como as organizações podem atrair pessoas que realmente façam a diferença em suas equipes. Em um mundo dominado pela tecnologia, o elemento humano será cada vez mais essencial. Mais do que nunca, a revolução atual tem a ver com pessoas.

 

Veja o estudo na íntegra aqui

 

* Ricardo Basaglia é o CEO da MICHAEL PAGE

Enviar-me um e-mail quando as pessoas deixarem os seus comentários –

DikaJob de

Para adicionar comentários, você deve ser membro de DikaJob.

Join DikaJob