10 medidas para aumentar sua felicidade no trabalho

Marcos Santos/Stock.XCHNG
Pessoas felizes
Talita Abrantes, de EXAME.com

São Paulo – Há muito se sabe que satisfação e motivação profissional não estão necessariamente ligadas ao salário que entra na conta todo fim de mês. Talvez, exatamente, por não existirem fórmulas prontas (e fáceis) haja tanta gente sem brilho nos olhos e infeliz com as próprias carreiras.

O problema é que a solução também não é fácil. E nem sempre está em uma mudança de emprego ou carreira. Isso porque as raízes para a insatisfação podem ser mais profundas e necessitam de uma minuciosa revisão da maneira como cada um enxerga a própria vida e a si mesmo.

Mas, para além deste processo de parar e reorganizar alguns conceitos dentro de si, de acordo com especialistas, há algumas medidas práticas a adotar ainda hoje para estimular os motivos para ter um sorriso firme no rosto – mesmo durante o expediente. Veja quais são elas:

1 Durma e faça exercícios físicos

Sem que perceba, a maneira como você lida com seu corpo influencia diretamente o seu bom humor no trabalho. “Cada pessoa tem uma auto regulação fisiológica própria de dopamina, serotonina e noradrenalina [neurotransmissores responsáveis pelo humor]”, diz Luis Fernando Garcia, autor do livro “Empresários no divã” (Editora Gente). “É como se uma pessoa estivesse com um Uno Mille e outro com uma Ferrari”, brinca.

Nas duas situações, ele afirma que é possível melhorar o “desempenho” do organismo em questões de humor. E o sono é um dos principais aliados para isso. “Se a gente dorme menos que seis horas, a intolerância e a inabilidade afetiva (oscilação de humor) tendem a ser maiores”, diz o especialista.

Mas dormir bem não é o bastante. É preciso encontrar espaço na agenda para praticar exercícios físicos, no mínimo, três vezes por semana. “A partir do 21º dia, os neurotransmissores começam a ser regulados”, afirma.

2 Pare 14 vezes por 3 minutos

O segredo para fazer mais em menos tempo não é seguir com suas atividades diárias sem parar um segundo sequer. Ao contrário: de acordo com especialistas, pausas curtas cronometradas ao longo do expediente podem ser fundamentais para melhorar a concentração e sensação de bem estar.

Garcia aconselha 14 paradas de 3 minutos ao longo do expediente. Segundo ele, tais pausas, contudo, não devem ser preenchidas com conversa, cigarro ou café. A ideia é, realmente, parar. Esvaziar a mente por inteiros três minutos para, enfim, voltar ao trabalho.

A medida, segundo o especialista, pode aumentar a tolerância ao stress em até 25%. “No momento que a mente fica vazia, você libera a noradrenalina e, com isso, consegue suportar o ritmo do dia com menos ansiedade”, afirma o psicanalista.

3 Almoce e cochile

Uma pesquisa da NASA feita na década de 90 constatou que controladores de voo que tiravam um cochilo de 26 minutos durante o expediente eram 34% mais produtivos e 54% mais concentrados.

Moral da história? Pare de almoçar em frente ao computador ou aproveitar o horário do almoço todos os dias para resolver problemas pessoais. Em vez disso, “almoce tranquilamente, vá para uma praça e coloque o despertador para despertar”, brinca o especialista.

4 Questione sua intolerância

Todo incômodo tem uma razão. E quando se trata de relacionamentos com terceiros, muitas vezes, o motivo pode ter mais relação com quem se incomoda do que com quem gera o incômodo.

Complicou tudo? Garcia explica: “Toda vez que a gente se irrita com alguém, há um lado dentro de nós que projeta aquilo que temos e não conseguimos aceitar”. Em outras palavras, é como se você olhasse para as pessoas como quem vê um espelho e não gosta do que vê refletido ali.

Mas não é só isso. Muitas vezes, o incômodo é gerado por uma admiração exacerbada do outro, que quase beira à inveja. “Admira tanto que não tolera”, diz o especialista.

Por conta destes fatores é essencial fazer um mergulho para dentro de si a fim de entender o que gera tanto estranhamento. Investigar as razões “aumenta o nosso grau de empatia, a capacidade de entender as pessoas a partir da gente mesmo”, afirma.

5 Mapeie os “gatilhos de stress”

Imagine que você tem um copo em suas mãos e que, a cada situação estressante, despejasse nele uma quantidade de água equivalente a um copo de plástico. “Invariavelmente, depois de alguns momentos de stress, o copo grande transbordará”, diz Garcia.

No trabalho (e na vida), você até pode não ter um copo grande nas mãos, mas a lógica se repete. O trânsito infernal, aquela reunião que tira você do sério, os ponteiros do relógio denunciando o atraso, um bom dia mal atravessado e por aí vai.

Diante de tantos “gatilhos de stress”, seu copo mental tende a transbordar. Daí para perder a cabeça e explodir é só um pulo.

Por isso, Garcia recomenda: descubra quais são as situações que deixam você estressado e evite-as (ou as procrastine para quando estiver de cabeça mais fria).

Por exemplo, se você se estressa com o trânsito logo cedo e precisa decidir entre fazer uma ligação para falar sobre um assunto que também lhe rouba a sanidade, opte por não fazer a ligação. Pelo menos, naquele momento.

“À medida que a gente identifica os gatilhos de stress e os monitora durante o dia, aumentamos nossa tolerância e bem estar”, diz Garcia.

6 Procrastine os impulsos

Diante de um e-mail abusivo, sua primeira tendência é responder no mesmo tom (ou em um pior) sem pensar? O autor de “Executivos no divã” aconselha o oposto. “Em situações de estresse nas comunicações, nunca responda na hora”, diz.

Segundo ele, o tempo de fissura (ou de raiva, digamos) é de 10 minutos. Neste período, a fissura atinge seu auge durante três minutos. Se você vencer a vontade de rebater na hora durante este tempo, a explosão de emoções tenderá a diminuir.

7 Planeje seu dia – e siga o roteiro

Autoconfiança é uma palavra chave para os níveis de satisfação no trabalho. E o primeiro meio para conquistá-la, segundo Meiry Kamia, psicóloga e coach, é não sabotando a si mesmo nas atividades diárias.

“É importante seguir uma agenda de atividades para poder olhá-la e concluir se teve um bom dia”, diz a especialista. “Essa satisfação vai dar um autorespeito maior, que traz autoconfiança”.

De acordo com ela, é o acumulo destas pequenas vitórias diárias que trará mais felicidade para a sua rotina e força para seguir em frente. “Se a gente fala uma coisa e faz outra, não nos sentimos dignos do nosso próprio respeito”, diz. E esta lógica só contribui para o rebaixamento emocional.

Agora, se sua rotina é feita de fatos imponderáveis e você vice apagando incêndios, não se fruste. A dica, segundo a especialista, é domar até mesmo aquilo que você não pode prever. Como? Deixando espaços na agenda para o imponderável.

8 Concilie meta profissional com a missão da vida

Por mais que muita gente aposte na ideia de que vida pessoal e profissional devem ser separadas, em algum momento (ou em quase todos), elas confluem e se influenciam mutualmente.

Diante disso, é importante ter esta realidade clara desde sempre para planejar sua carreira de acordo com suas metas de vida. Isso mesmo. Por exemplo: se sua proposta é ter mais qualidade de vida, é quase impossível ser feliz se seu trabalho possibilita pouco, ou nenhum tempo, para você mesmo.

“Nem sempre a gente faz o que gostaria. Mas você tem que dar um significado para o trabalho de hoje. Ele tem que ter alguma ligação com a estratégia que você tem para alcançar sua meta de vida e de carreira”, afirma Meiry.

9 Veja a vida com bons olhos

“Como você encara as situações é a chave”, diz a psicóloga. “Todos nós vivemos a mesma realidade, às vezes, estamos no mesmo lugar, na mesma hora, mas cada um interpreta o que vive de um jeito diferente, com um estado de espírito diferente, e isso muda tudo”.

E isso, segundo a especialista, é apenas uma questão de educação do olhar e, de alguma forma, de si mesmo e dos próprios impulsos.

10 Consulte um profissional

Em algumas situações, buscar a ajuda de um profissional é essencial para fazer um mergulho para dentro de sim, trabalhar seu “lixo psíquico” e passar a se aceitar mais.

“A gente só consegue ir com outra pessoa quando conseguimos ir com nós mesmos. Na medida em que eu me aceito melhor, passo a aceitar os outros. Quanto mais andamos com nós mesmos psicologicamente, mais conseguimos andar com o outro”, afirma Garcia.

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Joni Mengaldo

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Comentários

  • Só a patê do almoce e cochile que acho inviável. Alguém consegue?

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