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IstoÉ Dinheiro

 

24/01/20 - Como crescer as vendas de medicamentos ao SUS e, com isso, garantir maior receita do setor público para a empresa?
Adib Jacob - Temos excelente relação comercial com todas as esferas de governo. E eu te digo como brasileiro e presidente que tenho visão muito positiva do Sistema Único de Saúde. E, sim, nós vemos uma grande oportunidade de fornecimento de medicamento de alto custo. Claro que não há dinheiro para tudo, mas estão sendo incorporados produtos importantes. Hoje temos dois incorporados no programa de reembolso federal, o Betaferon (para esclerose múltipla) e o Eylea (trata edema macular diabético), que foi incorporado em outubro e que terá a primeira compra do governo federal no meio do ano. Há dez anos, a empresa estava muito focada em farmácia. E nossa área de pesquisa começou a perceber e desenvolver novos produtos para tratamentos de câncer, problemas oftalmológicos e os produtos começaram a chegar. Não estamos esquecendo mercado das farmácias e sim amplificando o institucional. Esse é o ponto. E a Bayer está muito bem equilibrada. Em 2020, o mercado institucional já deve representar 35% da divisão farmacêutica da Bayer, fruto dessa incorporação e de sete lançamentos para esse mercado. O faturamento na América Latina é da ordem de 1 bilhão de euros e vamos crescer.

 

A política pode atrapalhar as relações da empresa com o setor público?
Adib Jacob - O SUS, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) são instituições hoje com governanças muito sólidas, com corpo técnico muito bom. Claro que dependem de verba aprovada pelo Congresso, mas elas são muito maduras, não tão afetadas pelos ciclos políticos. Por ser uma indústria tão estratégica, a farmacêutica é pouco dependente de variações de PIB, de questões políticas. O setor vai continuar crescendo, principalmente pela inovação, independentemente de soluços macroeconômicos. Estou confiante com o futuro do Brasil.

 

As farmácias ainda são os maiores compradores da Bayer. Como fazer com que esse segmento não seja afetado pela nova visão estratégica da empresa?
Adib Jacob - Temos ótima relação com grandes redes e as que estão unidas em cooperativas. E, independentemente da geografia ou condição socioeconômica, nossos produtos estão muito presentes nas unidades. Não trabalhamos só grandes centros. O Xarelto está presente certamente em mais de 30 mil farmácias no Brasil. Se o doente for numa farmácia, não acha, vai a outra e não acha o produto, ele adquire outro com o mesmo princípio ativo. E esse é o nosso trabalho, de garantir acesso ao medicamento prescrito.

 

Quantas moléculas estão hoje em pesquisa e qual a chance de o Brasil sediar um dos centros de estudo?
Adib Jacob - Cerca de 50. Acredito que o Brasil possa chegar a esse patamar, mas ainda falta continuidade em investimentos, tanto públicos quanto privados. Temos 15 centros no mundo e estamos abertos. Hoje ainda não está no horizonte, mas é algo que pode ser pensado no futuro.

 

Com todo esse cenário, qual é a nova cara da Bayer no Brasil?
Adib Jacob - Inovação, com muitos medicamentos em áreas importantes. E ser sólida no institucional e nas farmácias, com crescimento dinâmico sustentado nos próximos anos.

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