7 requisitos básicos para trabalhar no 3º setor

Agência Brasil

Criança fazendo capoeira no Haiti em aula oferecida pela ONG Viva Rio no país

Aula de capoeira oferecida a crianças no Haiti pela ONG Viva Rio: trabalho no 3º setor demanda flexibilidade para se adaptar aos mais diversos locais e culturas

Flexibilidade e criatividade são palavras de ordem para deseja seguir carreira no setor, segundo especialistas consultados

Camila Pati, de  - 06/12/2012

São Paulo - Até sábado as atenções estarão voltadas para o terceiro setor. É que começa hoje a quarta edição da ONG Brasil, maior feira sobre responsabilidade social do país. De acordo com Juliana Fabri, que é da área de responsabilidade social UBM Brazil e da coordenação da feira, são esperados 15 mil visitantes nos 3 dias do evento que reúne mais 500 expositores atuantes no setor.

Além de funcionários da inciativa privada que trabalham nos departamentos de sustentabilidade e responsabilidade social e profissionais já inseridos no terceiro setor, a feira também promete atrair interessados em seguir carreira em organizações sociais.

Pensando nisso EXAME.com conversou com especialistas para saber o que é necessário para os profissionais que desejam apostar neste mercado. Confira 7 requisitos básicos para desenvolver com sucesso uma carreira em organizações sociais:

1 Afinidade com a causa

Crianças, idosos, dependentes químicos, esporte, ecologia, proteção de animais. Os temas e as áreas de atuação das organizações são variados. Por isso, na hora de optar pela carreira no setor, o requisito principal é encontrar uma causa que realmente tenha a ver com você.

“É o que faz brilhar os olhos”, diz Roberto Ravagnani, diretor-fundador da ONG Canto Cidadão. “Na iniciativa privada é a mesma coisa, se você não acredita no que faz não vai dar o seu melhor”, diz Juliana Fabri.

2 Identificação com os valores da organização

Se, no mundo corporativo, estar alinhado à cultura da empresa é fundamental para obter satisfação profissional, no terceiro setor não é diferente. “A identificação com a forma de trabalho da organização é também muito importante”, diz Juliana.
Afinal cada organização adota um formato de trabalho relacionado à causa que defende e promove. “Dentro de uma mesma causa, podem existir 100 organizações, o que vale é descobrir quais têm atuações mais próximas do que você imagina para você”, diz Ravagnani.

3 Flexibilidade

Esqueça expedientes no conforto de um escritório bem equipado, a atuação no terceiro setor vai pedir, na maioria das vezes, que você saia da sua zona de conforto e vá à luta. Segundo Ravagnani, os profissionais geralmente têm uma atuação de foge do convencional.

“Por exemplo, se for uma organização que trabalhe com arte e educação o profissional poderá muitas vezes trabalhar na rua, em ambientes abertos”, diz o diretor-fundador da ONG Canto Cidadão.

De acordo com ele, é preciso também estar preparado para encarar ambientes inóspitos. “Às vezes é um lugar degradado, então não pode ter a mente quadrada e querer ficar sentado no escritório”, diz.

A capacidade de adaptação não se refere apenas ao local de trabalho, horários não convencionais e lidar com pessoas dos mais diferentes tipos também entram no “job description” de muitos profissionais do setor. “O profissional deve saber que poderá ter que lidar com pessoas de níveis socioeducacionais distintos do dele”, diz Ravagnani.

4 Criatividade

O sucesso no terceiro depende de uma atuação profissional criativa, na opinião dos dois especialistas consultados. “Para se sobressair, só fazendo algo diferente para que a organização para a qual você trabalha se destaque”, diz Juliana.

De acordo com ela, é preciso sair da mesmice, principalmente na hora de captar recursos. “Porque isso acaba resultando em estratégias não eficazes”, diz.

“Precisa de gente que crie formas alternativas de controle, de ação e de execução. Poderíamos adaptar fórmulas usadas pela inciativa privada, mas ainda não temos recursos técnicos e financeiros para que seja possível fazer da mesma forma”, diz Ravagnani.

5 Bom relacionamento

O networking para profissionais do terceiro setor é igual ou mais importante do que para quem está na inciativa privada. “É um setor que sobrevive de relacionamentos, parcerias, apoios, por isso as organizações dependem quase que exclusivamente da rede de contatos de quem está lá dentro”, lembra Ravagnani.

“O networking é importante em vários sentidos”, diz Juliana. Segundo ela, além da captação de recursos, manter uma boa rede de contatos é fundamental na hora de disseminar a causa e o conteúdo do trabalho da organização.

6 Organização

Criação de métodos e boa capacidade de organização são uma forte demanda do setor, na opinião de Ravagnani. “Muitas organizações vivem em estado de desorganização”, diz ele.

Profissionais qualificados e com essa bagagem tornam-se imprescindíveis, de acordo com ele. “É preciso método. A organizações precisam se profissionalizar, ter dados de apresentação, saber atrair e receber voluntários porque as pessoas querem investir no que elas confiam”, diz Ravagnani.

7 Bom Humor

Também é um requisito fundamental, na opinião de Ravagnani. “ As pessoas trabalham com causas que as fazem sentir muito, em um hospital você vai ver a tristeza que é estar internado, ao lidar com dependentes químicos você entra em contato com a miséria que é estar nessa situação, por exemplo”.

Por isso, a força para encarar muitas vezes questões “pesadas” durante o expediente pode vir do estado de espírito mais leve e bem humorado apesar de tudo. “Se a pessoa não tiver bom humor, não consegue ficar muito tempo nesse trabalho”, diz

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Joni Mengaldo

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Comentários

  • Infelizmente nem todos tem esssas capaciades e coragem para seguir esse caminho...
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