Reflexões em texto e áudio sobre questões profissionais e pessoais dentro desse contexto de quarentena
Por Danilo e Luah
Exame
Com a chegada do COVID-19, começamos a viver um momento diferente, incomum e cheio de incertezas. Do dia para a noite tivemos que nos adaptar a uma nova realidade de convívio social. A adaptação também se estende para nossa forma de trabalhar, administrar o tempo e nossos lares.
Não sabemos ainda a proporção do impacto que esse contexto de mundo vai gerar para os nossos negócios, economia e para a sociedade como um todo. O que sabemos é que tem muita gente que segue trabalhando, muitos em home-office – uma realidade que vem apresentando diversas necessidades de adaptação. Muitos gestores e líderes tem agora o desafio de gerenciar suas equipes à distância, e se reinventar à partir desta nova realidade.
Diante desse cenário, eu – Luah Galvão e a Renata Orrico; uma grande parceira profissional, resolvemos contribuir fazendo aquilo que gostamos: produzir conteúdo.
A ideia é trazer reflexões e insights sobre questões de ordem profissional e pessoal dentro desse contexto de quarentena, através de um olhar atento para as mudanças e necessidades do momento. Escolhemos como inspiração inicial, uma publicação de Mark Nevins na Forbes chamada “Leadership in the times of Covid-19” (Liderança em tempos de Covid-19).
À partir desse insight inicial, verticalizamos o assunto, afinal, o modo como a gestão de equipes era feita, hoje nos pede modos disruptivos de ação e conexão mais eficientes. Distribuímos o conteúdo em 8 Insights que vamos publicar em duplas, à partir dessa terça (05/05) e quinta (07/05), e na terça (12/05) e quinta (14/05) da semana que vem. Decidimos fazer esse compartilhamento através da escrita e de áudios, com o mesmo conteúdos, pois são fáceis de serem absorvidos e podem ajudar no direcionamento de líderes e gestores. Você leitor da Exame, terá sempre acesso aos dois formatos.
Os textos foram escritos por Renata Orrico – Produtora executiva e empreendedora da Enjoy Conteúdo e Luah Galvão – comunicadora 360º e colunista do blog “O que te motiva” no portal da Revista Exame.
Locução – Luah | Edição e produção dos áudios – Danilo España
“Comunique-se o máximo que puder, especialmente de modo informal, e certifique-se de que os funcionários possam contar com você: nada é pior do que um líder que desaparece quando a situação se torna difícil. Esteja disponível e sinta-se à vontade para falar sobre preocupações pessoais e profissionais. […] Realize reuniões virtuais regularmente para melhorar o senso de engajamento e diálogo.”
Pra iniciar esse insight, tomamos emprestado algumas palavras da matéria da Forbes, pois elas resumem super bem o tema em questão.
Mas calma que tem mais! Esse é momento de repensar todas as formas de conexão. Não apenas com sua equipe direta e seus colaboradores, mas também com clientes, parceiros, acionistas – caso sua empresa os tenha, e também a sociedade em geral. Todos os stakeholders estão em busca de respostas, incentivo, insights e apoio, e como nunca vivemos um momento como esse antes, precisamos buscar maneiras inovadoras para gerar essa conexão.
Einstein tem uma frase que apesar de ser bem conhecida, o contexto agora é perfeito para sua aplicação: “Insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes”. Diante dessa crise do COVID-19, deixe a máxima de Einstein te ajudar para resolver os mais variados dilemas.
Pensar fora da caixa, buscar o que as novas tecnologias de conectividade tem a oferecer e confiar em novos processos de conexão, são alguns nortes importantes. Agir rápido e se conectar, essa é a nova ordem.
E quando falamos de conexão e comunicação, o interessante é: o que antes parecia ter um caráter de informalidade, agora é solução! As reuniões de dentro de casa já viraram comuns. No primeiro momento da quarentena o que parecia caseiro, agora virou mais humano. Cachorros atravessando a sala ou os filhos pedindo colo em a transmissões já não são mais motivos que envergonham. As pessoas tem encarado as interferências familiares com mais tranquilidade, afinal são milhares de pessoas passando por isso mundo afora. O foco no conteúdo é o que realmente interessa no momento, e o contexto do lar acaba sendo apenas cenário.
Várias são as formas de conexão em tempos de coronavírus. Esses dias a divisão de uma grande multinacional resolveu criar um grupo de whatsapp para falar apenas sobre temas pessoais dos colaboradores. Lá eles trocam informações e dicas sobre como estão levando a quarentena, compartilham fotos de família, de seus pets, celebram aniversários, se apoiam. Só não vale falar de trabalho! Isso gerou um sentimento de proximidade em todo time. As relações pessoais ficaram mais fortes, aumentando as profissionais. O time sente que evoluiu diminuindo as tradicionais divisões do “ser pessoal” e do “ser profissional”. Ideias não faltam no momento.
Enquanto líder, saiba que as paredes que começam a desaparecer de sua sala e o separam do seu time, talvez nunca voltem a ser sólidas como antes. Não tenha receio ou medo dessa mudança. Quanto mais você demonstrar seu lado humano; sendo aberto e empático, mais as relações de confiança vão se fortalecer.
Compartilhamos aqui uma frase do autor Simon Sinek que traz um grande estudo sobre liderança em seu livro ‘Líderes se servem por último’:
“A liderança não é a licença para fazer menos; é a responsabilidade de fazer mais. Liderar dá trabalho. Consome tempo e energia. Os efeitos nem sempre são medidos facilmente, e nem sempre são imediatos. A liderança é um compromisso com seres humanos.” – logo mais voltaremos a Sinek.
Ser acessível ao seu grupo nesse momento é uma grande chave. As pessoas querem sentir que contam com você e que podem confiar. Então, na medida do possível, vale a pena potencializar os canais de comunicação. Mais um ponto muito importante é despertar em seu time o senso de cooperação. Ele vai ajudar sua organização a se manter coesa durante esse momento de afastamento. Simon Sinek acredita que confiança e cooperação são duas virtudes que geram o que ele chama de “Circulo de Segurança”, ajudando a blindar o ecossistema contra ameaças externas – o que temos aos montes no momento. Então, aqui vai mais um trecho do autor:
“Quando a confiança e a cooperação prosperam internamente, ficamos unidos e assim a organização fica mais forte.” […] “A responsabilidade de um líder é proporcionar cobertura do alto da hierarquia para o pessoal que está trabalhando lá embaixo. A confiança para fazer o que é certo é determinada pela confiança que nossos líderes depositam em nós. Não confiamos em regras, confiamos em pessoas”.
Com essa frase de Simon Sinek encerramos mais uma dica sobre o tema “Liderança em tempos de quarentena”, lembrando a grande importância de seu papel enquanto líder, diante desse momento de mundo. Como tudo na vida, a crise vai passar, e ao final desse processo, suas ações certamente serão lembradas por aqueles que o cercam.
Já dizia Lulu Santos: “Tudo muda o tempo todo no mundo!”. E nos negócios não é diferente, estamos em um momento de mudanças diárias. Na verdade de hora em hora, arriscamos até dizer: minuto a minuto. O momento pede flexibilidade, disposição para se adaptar a novos formatos de comunicação e novas formas de trabalhar. As prioridades e escolhas também pedem a mesma adaptação.
Não sabemos ainda o impacto destas mudanças, mas é importante saber as implicações macroeconômicas no seu negócio, indústria ou setor para que você possa tomar as melhores decisões.
Muitos antes da crise diziam que nossas “24 horas haviam virado 16”. Esse era o sentimento. A velocidade das mudanças e as informações vindas de todos os lados ajudaram a comprimir o nosso tempo.
A interconexão e interdependência tornaram o mundo pequeno, derrubando muitas das fronteiras. Hoje, um evento de grandes proporções ocorrido em qualquer lugar do mundo, não importando se Japão, Egito ou Canadá, em poucas horas tem o poder de resvalar, em maior ou menor proporção, em todo o globo.
O coronavírus frisou ainda mais essa conexão mundial e mostrou a complexidade de nossa teia global. Estamos sim interconectados em níveis muito mais profundos do que a média da população enxergava meses antes dessa crise.
Se os impactos das macromudanças já tinham que ser constantemente supervisionados, agora então, temos que estar com as nossas antenas mais do que ligadas e sintonizadas quando o assunto são os negócios. Especialmente em nossas áreas de atuação.
A quarta Revolução industrial e o avanço exponencial da tecnologia já estavam gerando uma série de reflexões, novas demandas e desafios para muitos dos setores. Agora, diante desse cenário, temos um desafio ainda maior pois o futuro no momento é fulgaz e pouco previsível.
Veja só… as pessoas, uma vez em suas casas, estão refletindo sobre diversos valores e paradigmas de nosso mundo contemporâneo. Estamos todos experimentando novos olhares, sendo assim, estamos suscetíveis a diversas mudanças. E se estamos experimentando mudanças individuais, o coletivo também vai passar a se configurar de modo diferente. Para nossos negócios não é diferente, eles vão precisar se adaptar aos novos paradigmas e necessidades dessa sociedade em transição.
Ficaremos mais sustentáveis? O consumo vai mudar de figura? Seremos mais conscientes nas relações interpessoais e ou com o meio ao nosso redor? O que vai acontecer exatamente ainda não sabemos, mas as previsões apontam para mudanças nas mais diversas áreas.
Nossos olhos atentos nunca foram tão requisitados. Mas esse também pode ser um excelente momento para reorientação do seu negócio, que agora, além dos desafios anteriores já citados, é desafiado a se alinhar à novas diretrizes e tendências ainda em formação de seus contornos. Mais do que nunca inovação e disrupção são necessárias diante de um mundo em profunda transformação.
Resumo da Ópera: atenção, atenção, atenção. E muita sensibilidade e conhecimento profundo do seu negócio para apontar suas velas para os novos ventos que virão.
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