Wuhan: volta à rotina depois de 76 dias de quarentena (Reuters/Reuters)
O fim do isolamento deverá ser observado por outras cidades e países que discutem o momento de flexibilizar a quarentena
Por Redação Exame
Nesta quarta-feira (8), a cidade chinesa de Wuhan, onde foi confirmado o primeiro caso do novo coronavírus e que se tornou símbolo da pandemia que se espalhou pelo mundo, saiu oficialmente do confinamento imposto pelas autoridades sanitárias.
Pouco depois da zero hora local, carros começaram a fazer fila nos postos de pedágio que cercam a cidade de 11 milhões de habitantes, que ficou isolada do resto do país durante 11 semanas. Os moradores agora podem deixar Wuhan sem autorização especial – desde que portem um celular com um aplicativo que mostre que estão saudáveis e que permite ao governo rastreá-los.
Os ônibus e os trens de Wuhan voltaram a funcionar, embora ainda circulem com um número reduzido de passageiros. A recomendação do governo é que os moradores saiam de casa somente em caso de necessidade. As escolas continuarão fechadas, assim como bares, restaurantes e karaokês.
A maioria das empresas retomou parcialmente suas atividades, mas elas devem monitorar frequentemente a temperatura dos funcionários, pelo temor de que a epidemia recomece devido aos portadores assintomáticos. Do total de quase 82.000 casos de covid-19 oficialmente confirmados até ontem na China, dois terços foram em Wuhan.
O fim do bloqueio de Wuhan ocorreu depois que somente três novos casos foram relatados na cidade nas últimas três semanas, e um dia depois de o governo chinês anunciar que o país não registrou nenhuma morte por coronavírus em 24 horas – foi a primeira vez que isso aconteceu desde janeiro.
A lenta retomada das atividades em Wuhan deverá ser observada atentamente por outras cidades e países ao redor do mundo que adotam alguma medida de quarentena e distanciamento social e debatem o momento certo de voltar gradualmente à vida normal.
Até ontem à noite, havia pouco mais de 1,4 milhão de casos confirmados de covid-19 e 81.200 mortos no mundo. O Brasil fechou o dia com 13.717 casos confirmados e 667 mortos, segundo balanço do Ministério da Saúde.
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