“Ele achava que eu ia e eu sabia que não ia”, conta ao NeoFeed Rodrigo Pipponzi, filho mais velho de Antonio Carlos Pipponzi, atual presidente do Conselho do grupo RD (Raia Drogasil), sobre assumir os negócios da família.
Quando terminou a faculdade de administração na FGV, havia uma grande expectativa sobre seus próximos passos. “Meu pai perguntou ’quando é que você começa?’, e eu respondi rindo: ‘começa onde?’”, lembra.
Levou seu espírito empreendedor para a área editorial, especificamente revistas. “Foi bizarro”. Dos nove primos da terceira geração da família Pipponzi, ele foi o único que “não teve carteira assinada”. “Não queria andar de carro blindado e morar num condomínio fechado vendo a desigualdade crescer no país”, lembra.
Com a jornalista Roberta Faria, “millennial típica” – com pai médico do SUS, mãe vendedora e desejo de retribuir para a sociedade o fato de ter estudado em escolas e universidade públicas -, criou a editora MOL em 2007.
E lá foram desenvolver revistas impressas, que promovessem qualidade de vida, educação para a cidadania e que trouxessem histórias de vidas comuns e inspiradoras, uma concepção editorial que praticamente não existia na época.
O pulo do gato foi vendê-las na boca do caixa das redes varejistas, reduzindo consideravelmente um dos maiores custos do processo que é a distribuição. E com parte do preço de capa (hoje está em 40%) destinado a ONGs.
Desde a criação da empresa, já doaram R$ 57 milhões (R$ 73 milhões em valores corrigidos) para mais de 188 ONGs de causas diversas como combate à fome, saúde, educação, direitos humanos, proteção animal e preservação ambiental.
Empenhados em massificar a cultura da filantropia no país, ampliaram o portfólio, as tiragens e este ano lançam 50 produtos sociais como livros, jogos, calendários, álbuns de figurinhas por meio de 15 grandes redes varejistas em 7 mil pontos de venda como Raia, Drogasil, Petz, Pernambucanas, Marisa, Riachuelo, PBKids, entre outras.
A mais recente a entrar é a C&A. Outras cinco estão aderindo este semestre. A meta é chegar a R$ 17 milhões em doações e uma receita operacional de R$ 28 milhões, um crescimento de de 32% em relação ao ano passado.
“Há mais maturidade hoje nas varejistas no entendimento do papel social delas, um tema transversal a todas as áreas, e também na percepção de que o público busca por marcas com causas”, avalia Rodrigo.
Com produtos que variam entre R$ 6,90 e R$ 11,90, “o objetivo é sempre ser o produto mais barato da loja e que custe menos de 10% do tíquete médio para que quando seja ofertado pelo caixa seja um sim muito fácil”, diz Roberta.
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