Tel Aviv – A Teva Pharmaceutical Industries Ltd. abriu o ano de 2025 com resultados sólidos e crescente confiança do mercado em sua estratégia de transformação. A companhia registrou receita de US$ 3,82 bilhões no primeiro trimestre, um crescimento de 4% em relação ao mesmo período de 2024, impulsionada principalmente pelas vendas do Austedo, do antipsicótico Uzedy e do portfólio de biossimilares.
Apesar dos desafios macroeconômicos e da pressão competitiva em mercados-chave como genéricos e medicamentos respiratórios, a Teva reafirma seu compromisso com o plano estratégico “Pivot to Growth”, lançado sob a liderança do CEO Richard Francis desde 2023.
Lucro operacional cresce e margens melhoram
O lucro operacional ajustado foi de US$ 966 milhões, com margem de 25,3%, indicando eficiência operacional crescente. O lucro por ação ajustado (EPS) foi de US$ 0,57, superando as expectativas do mercado, mesmo diante de maiores investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D).
O CFO Eli Kalif destacou que a empresa segue focada em reduzir sua alavancagem e refinanciar dívidas com vencimentos previstos até 2026, reforçando o compromisso com a disciplina financeira.
Austedo e Uzedy ganham tração nos EUA
O Austedo, usado no tratamento de discinesia tardia e coreia associada à doença de Huntington, continua sendo um dos pilares da receita da Teva. As vendas globais alcançaram US$ 309 milhões no trimestre, um aumento de 22% na comparação anual, sendo US$ 294 milhões apenas nos EUA.
Já o Uzedy, nova formulação de liberação prolongada de risperidona para esquizofrenia, faturou US$ 45 milhões, consolidando sua curva de crescimento. A companhia enfatizou o feedback positivo da comunidade médica quanto à conveniência do tratamento, especialmente por sua administração subcutânea sem necessidade de refrigeração.
Genéricos e biossimilares: base resiliente
As vendas globais de medicamentos genéricos somaram US$ 1,8 bilhão, refletindo estabilidade mesmo em meio a pressões de preços. Nos EUA, os destaques foram o biossimilar do Humira (adalimumabe) e versões genéricas de medicamentos como Revlimid e Victoza.
Na Europa, o desempenho dos biossimilares e do Ajovy (medicamento preventivo contra enxaqueca) ajudou a compensar a queda nas vendas do tradicional Copaxone, cujo declínio era esperado devido à concorrência de genéricos e terapias mais modernas.
Receita por região (Q1 2025):
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Estados Unidos: US$ 1,83 bilhão
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Europa: US$ 1,22 bilhão
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Mercados Internacionais: US$ 621 milhões
Apesar da valorização do dólar impactar negativamente os resultados internacionais, a Teva conseguiu manter crescimento moderado fora dos mercados centrais.
Avanços em P&D e perspectiva para 2025
O pipeline da empresa inclui avanços em medicamentos para doenças autoimunes, neurodegenerativas e inflamatórias. O ensaio clínico de Fase 2b do duvamikug (para colite ulcerativa e doença de Crohn) segue como uma das principais apostas da companhia.
A empresa reafirmou sua orientação para 2025, com projeção de:
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Receita entre US$ 15,7 bilhões e US$ 16,3 bilhões
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Lucro por ação ajustado entre US$ 2.20 e US$ 2.50
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Redução contínua da dívida líquida, com meta de alavancagem abaixo de 3x nos próximos trimestres
Conclusão
Com início promissor em 2025, a Teva mostra progresso tangível na execução de sua estratégia de crescimento sustentável. O foco em inovação, medicamentos complexos e biossimilares, aliado à disciplina financeira, reforça a confiança de investidores e analistas na retomada da empresa após anos de dificuldades.
O mercado segue acompanhando a evolução do pipeline e o desempenho comercial de novos produtos como Uzedy, enquanto a Teva se consolida como uma das líderes globais em medicamentos acessíveis e tratamentos inovadores.
Fonte: TEVA REPORTS Q1 2025
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