A Abbott prevê crescimento acima do mercado de fármacos e de equipamentos médicos, mas avalia que situação fiscal do País segue reduzindo a dinâmica de licitações governamentais no setor.

“Começamos 2019 mantendo o desempenho positivo dos últimos anos. Estamos otimistas, mesmo com a economia não reagindo conforme o esperado”, declarou o gerente geral da Abbott no Brasil, Juan Carlos Gaona.

Ele afirma que as quatro linhas de negócio da empresa — diagnósticos, dispositivos médicos, nutricionais e medicamentos — crescem ganhando mercado de concorrentes. “O nosso objetivo no Brasil é nos colocar em posições de liderança. Seguimos crescendo acima do mercado em 2019.”

O executivo afirma que no ano passado a divisão de medicamentos obteve desempenho superior ao setor, que foi na casa de 11%. “O mercado de equipamentos é mais difícil de mensurar, mas também está crescendo. Há um potencial enorme na área de diagnósticos.”

Em 2016, a Abbott inaugurou seu primeiro centro de desenvolvimento farmacêutico no Brasil, cujo investimento foi de R$ 20 milhões. “Construímos o centro durante a crise e esse ano lançamos o quarto produto lá desenvolvido. Esses medicamentos estão ajudando a alavancar nossos resultados”, conta Gaona.

A empresa também destaca seus equipamentos para diagnóstico como um pilar de crescimento. “Há uma demanda positiva para vários dispositivos, como nossos medidores de glicose”, assinala.

Licitações

Gaona afirma que, apesar do viés mais austero da atual administração federal e de muitos estados, não tem notado uma alteração relevante nas licitações. “O movimento segue relativamente igual aos anos anteriores. Era esperado algo mais positivo, em função da mudança de mandatos dos governadores, mas vai levar tempo para se resolver a atual situação fiscal.”

Apesar disso, ele vê uma melhora no diálogo com os interlocutores do Poder Público. “Não dava pra resolver todos os problemas já em janeiro, mas há uma abertura maior, as conversas estão produtivas.”

O executivo explica que o principal foco de atuação da empresa no segmento público são os estados e municípios. “Temos alguma participação também no nível federal. Tivemos alguns atrasos no pagamento de alguns estados, mas nada que não fosse gerenciável”, aponta.