por Ana Paula Machado
Valor Econômico
25/09/19 - O laboratório Aché anunciou a compra do controle da Melcon Indústria Farmacêutica, especializada em medicamentos hormonais. O valor do negócio não foi informado. Em 2010, o grupo já havia adquirido 50% desse laboratório e, com isso, entrou no segmento de saúde feminina nas áreas de genérico e prescrição.
Em comunicado, o Aché informou que dará continuidade aos seus planos de expansão nos negócios, “fortalecendo o seu propósito de levar mais vida às pessoas, onde quer que elas estejam,” ressaltou o laboratório.
Com a compra do controle do Melcon, o Aché deverá reforçar os investimentos em pesquisa e inovação. O laboratório dedica 10% do resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), que chegou a R$ 940 milhões no ano passado, à descoberta de novas moléculas e melhoria de produtos já existentes.
A Melcon foi fundada em 2001 em Anápolis, Goiás, um dos maiores polos da indústria farmacêutica brasileira. A companhia tem capacidade de produção de 600 milhões de comprimidos por ano e um centro de pesquisa e desenvolvimento na unidade industrial. Dentre o seu portfólio, a companhia conta com medicamentos anticoncepcionais e remédios não hormonais, como relaxante muscular.
Com o Melcon, o Aché reforça, ainda, de acordo com o comunicado, a atuação na região Centro-Oeste. Atualmente, o laboratório, o terceiro maior em vendas no país, conta com fábricas em São Paulo, Guarulhos e Londrina. Além da unidade da Melcon, em Anápolis, e uma participação na Bionovis, joint-venture brasileira dedicada à pesquisa e desenvolvimento de medicamentos biotecnológicos. A unidade industrial da Bionovis está sendo construída em Valinhos, no interior de São Paulo e, a partir do segundo semestre de 2020, deverá produzir o primeiro biofármaco de alta complexidade, indicado para o tratamento de doenças autoimunes.
As cinco unidades industriais operadas pelo Aché foram responsáveis em 2018 pelo crescimento de 7,1% nas vendas, que totalizaram 212 milhões de unidades de medicamentos, de acordo com a IQVIA, principal consultoria do setor. A consultoria considera o desconto médio para cada dos produtos, aplicado sobre a demanda bruta pelo preço de fábrica.
O Aché tem ainda uma unidade em construção no complexo de Suape, em Pernambuco, com investimentos de R$ 500 milhões. A fábrica terá capacidade para produzir 435 milhões de unidades por ano, quando estiver em plena capacidade. A fábrica produzirá medicamentos alopáticos e fitoterápicos para uso humano.
A empresa emprega mais de 4,7 mil empregados e tem um portfólio com 344 marcas em 858 apresentações de medicamentos sob prescrição, genéricos e MIP (isentos de prescrição), além de atuar nos segmentos de dermocosméticos, nutracêuticos, probióticos e biológicos.
No ano passado, de acordo com o relatório financeiro do Aché, o laboratório apresentou crescimento de 7,3% na receita líquida. O faturamento em 2018 chegou a R$ 3,18 bilhões, a maior parte foi representado pelos negócios da divisão de medicamentos de prescrição, que chegou a R$ 3,13 bilhões.
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